“Criança não deve trabalhar, infância é para sonhar” é o nome da campanha do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil. A solenidade oficial aconteceu na manhã desta quarta-feira, 12, na OCA. A ação foi realizada pelo Fórum Estadual de Prevenção de Erradicação do Trabalho Infantil Proteção do Trabalhador Adolescente no Acre (Fepeti), com a presença de secretários, chefes de departamentos e representantes institucionais.
Um dos convidados para falar um pouco sobre sua experiência foi o jovem Pablo Willyan, de 19 anos. Ele contou que trabalhou durante parte da infância e como depois conseguiu ganhar a vida fazendo algo correto e dentro da lei. “Sempre trabalhei. Desde pequeno servia como marceneiro, comerciante e até capinava quintal. Eu me agarrava em qualquer oportunidade, precisava ajudar minha família e conseguir me manter.”
Willyan diz ainda que nunca fez nenhuma especialização, apenas um curso de informática básica, mas não possuía o certificado. Ao visitar o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para encontrar seu certificado não o encontrou, porém lhe indicaram um curso.
“Ingressei no curso de desenhista da construção civil e estou lá atualmente. Pretendo terminar meus estudos, finalizar o curso e começar uma faculdade”, finaliza o jovem.
Em uma conversa com a coordenadora do Fepeti, Maria Andrade, ela explica a situação do Acre em relação ao trabalho infantil e traz pontos positivos sobre o assunto afirmando que a meta do fórum é eliminar o trabalho infantil no Brasil até 2025.
Ela considera que o Acre está bem avançado. “Antes era costumeiro ver crianças trabalhando principalmente nas ruas, hoje não se vê com tanta frequência este tipo de ação”, diz Maria Andrade.
O promotor de Justiça e integrante do Fepeti, Francisco Maia, que estava compondo a solenidade, fala sobre as ações estarem direcionadas para a prevenção. A Delegacia Regional do Trabalho tem feito várias fiscalizações no Alto Juruá, principalmente nas casas de farinha com o objetivo de cessar a mão de obra infantil.
Ele diz que uma criança jamais pode ser aquela que está na rua para ser o provedor do orçamento de casa. A grande porta da criminalidade é a rua, onde crianças se encontram nessa situação de risco.
Estava presente também a secretária de Estado de Assistência Social dos Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres (SEASDMH), Claire Cameli, que comentou sobre o projeto falando da preocupação do Estado em fazer este trabalho voltado para a infância.
“Nós queremos mostrar para sociedade que precisamos despertar. Sabemos que somente o governo não consegue resolver este problema sozinho, todos devem trabalhar juntos”, explica a secretária.
O estado está com o índice de trabalho infantil cada vez menor e pretende aprofundar-se nos municípios para a ampliar a campanha.