A aldeia indígena Nova Esperança, às margens do Rio Gregório, em Tarauacá, é famosa pela realização do Festival Yawa, um dos mais tradicionais do estado do Acre e que todos os anos recebe centenas de turistas do Brasil e do mundo, que viajam cerca de sete horas de barco em busca de contato com a riqueza cultural do povo Yawanawá.
Agora a comunidade quer chamar atenção também pela sua produção agrícola. Em parceria com o governo do Estado, serão plantados na região cerca de 100 mil pés de açaí, o que tornará a Nova Esperança a aldeia com maior plantio da fruta que de se tem conhecimento.
O primeiro passo para que isso ocorra foi dado nos últimos dias, com a visita de técnicos da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), que conheceram e analisaram as condições da área de terra para o cultivo do açaí.
Além de confirmar as condições adequadas de solo, foi possível também conhecer o viveiro construído pela comunidade e que já tem 10 mil mudas prontas para serem plantadas.
“Estamos começando a operacionalizar toda a parte logística e a assistência técnica necessária para que essa área aqui seja, em um futuro bem próximo, transformada no maior plantio de açaí em uma terra indígena, trazendo renda e melhorando a qualidade de vida desta comunidade”, explica Edivaldo Andrade, coordenador da cadeia produtiva do açaí na Seaprof.
Plantio de açaí vai reflorestar área degradada da aldeia
O plantio de 100 mil mudas de açaí deve proporcionar o reflorestamento de uma área total de 200 hectares que foi degradada na época que a atual terra indígena era um seringal.
Segundo o cacique da aldeia Biraci Yawanawá, o projeto é audacioso e a intenção no futuro é montar uma indústria de beneficiamento para exportar o açaí produzido na comunidade.
“Vamos devolver à natureza o que foi derrubado para fazer pasto e roçado quando aqui era um seringal. Queremos gerar renda para nossa aldeia e deixar um legado às futuras gerações e à história do Acre”, destaca.
Além das mudas que já estão sendo produzidas na própria aldeia, até o fim do ano mais 50 mil mudas, produzidas no viveiro da Seaprof em Feijó, devem ser levadas e plantadas na terra indígena.