O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), está prestando todo o auxílio possível às 22 prefeituras no processo de distribuição das vacinas para Covid-19 – que neste momento estão sendo direcionadas para os grupos prioritários -, desde que as primeiras doses desembarcaram no estado, há 23 dias.
A sensação de algumas pessoas de que o processo de imunização está lento se dá por causa dos grupos prioritários, que são formados por indígenas localizados nas áreas mais inóspitas da floresta e por idosos acima de 90 anos e acima de 80, acamados.
“Essas são as pessoas que estão sendo atendidas neste momento”, explica Renata Quiles, chefe do Programa de Imunização e Rede de Frios (PNI) da Sesacre. Desde que a vacinação contra o novo coronavírus começou, no dia 19 de janeiro, pelo menos 57.860 doses chegaram ao Acre, já incluindo nesse número as 6,8 mil que desembarcaram na última segunda-feira, 8.
A explicação do PNI para que os idosos com até 80 anos, que não estejam acamados, não tenham sido incluídos ainda no calendário, deve-se ao fato de que a faixa etária prioritária do estado, encabeçada pela população indígena, obriga o governo estadual e os municipais a organizarem um trabalho complexo de logística e transporte dos imunizantes até as aldeias, a maioria delas muito distante das cidades.
Além dos indígenas, idosos de 80 anos acamados e os de 90, debilitados ou não, também estão sendo imunizados nesta fase, com os agentes de saúde indo até suas casas, no sistema de agendamento por telefone (confira os números abaixo para Rio Branco).
Nesse grupo etário, a solução empregada na capital foi de acelerar o processo de vacinação pelo sistema drive-thru, em que o idoso é vacinado pela janela do veículo. A Prefeitura de Rio Branco adotou essa dinâmica, que já está sendo praticada desde a manhã desta quarta-feira, 10, no pátio do antigo Detran, em frente ao 7º Batalhão de Engenharia e Construção, na avenida Nações Unidas, entre os bairros Bosque e Estação Experimental.
Imunizadores estão percorrendo rios e igarapés
Com relação à população indígena, conforme Renata Quiles, a imunização é lenta por questões geográficas, porém, tem sido realizada com muita eficiência, graças às equipes de imunizadores que percorrem rios e igarapés selva adentro, para chegar às aldeias mais distantes.
“Os agentes de saúde passam o dia vacinando dentro da floresta. E isso exige uma logística diferenciada, com grandes equipes se deslocando de barcos por longos períodos, nas regiões de floresta, onde também não há pontos de internet para a atualização do índice de vacinação”, explica Renata.
Outro fator quase sempre não percebido por parte da população é que os os imunizantes da Coronavac, do Instituto Butantan, obedecem ao sistema de duas doses para cada pessoa. “Então as primeiras 51 mil doses que já chegaram não são para 51 mil pessoas. São para 25 mil, porque são duas doses a cada vacinado”, ressalta ainda a gestora.
Entenda a destinação das primeiras 57 mil doses no Acre
Desde as primeiras etapas da vacinação – com a chegada do primeiro lote ainda em 19 de janeiro -, até o presente, 26.900 doses foram destinadas a profissionais de saúde, que na primeira etapa foram imunizados numa proporção de 36%; na etapa 2, outros 27%; na etapa 3,3%, e mais 6% nesta quarta etapa – das 6.800 novas doses que chegaram na segunda-feira, 8. Dessa forma, o percentual de trabalhadores em saúde vacinados deve chegar a 72%.
A meta do PNI é a de que na quarta etapa, com esse novo lote de 6,8 mil doses, os idosos acima de 90 anos e os acamados com mais de 80 sejam 100% vacinados. Outro fator a se considerar é que a equipe da Sesacre está auxiliando os agentes municipais de saúde de Rio Branco na imunização na capital acreana, sendo que no interior do estado a missão é dos agentes das prefeituras.
Agende a vacinação em casa por telefone
(para idosos acima de 90 anos e acamados acima de 80)
Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco
3224-4269
Telessaúde
3216-2400