A diabetes mellitus (DM) é conceituada como um conjunto de alterações metabólicas caracterizada por níveis elevados e sustentados de glicemia. De condição crônica e progressiva, a doença pode evoluir para graves complicações, com elevada morbimortalidade e forte impacto para o sistema de saúde e para a sociedade.
Diferentemente de outras doenças, na maioria dos casos a DM pode ser evitada. Conforme a área técnica da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), a adoção de hábitos alimentares saudáveis, a prática de exercícios físicos, o controle no consumo de álcool e tabaco evitam não apenas a diabetes, mas outras doenças crônicas.
“A conscientização sobre os fatores de risco e a importância da prevenção é vital. As ações educacionais e campanhas que estamos propondo desempenham um papel crucial na disseminação de informações sobre a diabetes e encorajam as pessoas a adotar estilos de vida mais saudáveis”, salientou a chefe do Núcleo de Prevenção a Doenças Crônicas da Sesacre (NPDC), Mayra Wolter.
Tipos de diabetes
A patologia, que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo é subdivida em tipo 1 e tipo 2, pré-diabetes e diabetes gestacional. Os sintomas mais comuns para o primeiro tipo são vontade de urinar diversas vezes, fome frequente, sede constante, perda de peso, fraqueza, fadiga, nervosismo, mudanças de humor, náusea e vômito.
Infecções frequentes, alteração visual (visão embaçada), dificuldade na cicatrização de feridas, formigamento nos pés e furúnculos estão associados aos sintomas mais comuns para o tipo 2. No pré-diabetes, os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente para caracterizar a diabetes. Já a diabetes gestacional, ocorre temporariamente durante a gravidez, quando as taxas de açúcar no sangue ficam acima do normal.
A maioria das complicações do diabetes são o resultado de problemas com os vasos sanguíneos. Com o passar do tempo, o estreitamento dos vasos sanguíneos pode causar danos ao coração, cérebro, pernas, olhos, rins, nervos e pele, dando origem a dor no peito, insuficiência cardíaca, acidentes vasculares cerebrais, cãibras nas pernas ao caminhar (claudicação), visão prejudicada, doença renal crônica, danos aos nervos (neuropatia) e ulcerações na pele.
Dados no Acre
No Acre, tomando como base o quantitativo de pessoas cadastradas na Atenção Primária à Saúde (APS) em 2021, cerca de 7% da população possui diabetes. Ainda de acordo com dados do Sistema de Informações da Atenção Básica (Sisab/2021), a taxa de adoecimento da população acreana acima de 20 anos por diabetes é de 4,83%.
Em Rio Branco, segundo a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), o percentual de pessoas maiores de 18 anos que tiveram diagnóstico de diabetes foi de 6,40%.
Apesar dos desafios no combate ao aumento de pacientes diagnosticados com diabetes em todo o mundo, o governo do Estado, por meio da Sesacre, em conjunto com as secretarias municipais de Saúde, vem realizando, ao longo dos anos, ações voltadas para a promoção e prevenção da patologia e suas comorbidades.
“A Atenção Primária, como ordenadora do cuidado, deve ser a porta de entrada do paciente com diabetes mellitus, cabendo a esta conduzir a doença na forma crônica e aguda, realizando seu manejo clínico inicial e o planejamento terapêutico adequado”, enfatiza a coordenadora da Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas da Sesacre, Liliane Maia.