O som do Dj e da sanfona alegraram a confraternização natalina, realizada pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre, por meio do Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac), para os familiares e pacientes da unidade. A tarde de quinta-feira, 19, foi pequena também para os profissionais que se dedicam em levar um pouco de conforto a essas pessoas.
Segundo o diretor da unidade, Halisson Oliveira, a condição dos pacientes carecem de atenção, devido ao estado de saúde mental em que se encontram. Assim, o objetivo da equipe é fazer mais atividades que promovam a interação.
“Todos os profissionais querem o melhor para o pessoal que está internado aqui e, na convivência que temos com eles, percebemos que atenção e carinho é mais importante do que a própria medicação. São carentes de amor”, disse o diretor.
De acordo com Halisson, o objetivo principal é o de possibilitar momentos descontraídos junto com os familiares, tendo em vista, que alguns deles esquecem os entes em tal condição mental fragilizada.
“A festinha é uma forma de trazer a presença do familiar. Assim, a meta principal delas é de possibilitar o contato com o familiar porque muitos deles deixam o paciente, e abandona. E a gente pega no pé, questiona e chama a atenção porque a gente sabe que isso faz uma grande diferença”, frisou Halisson Oliveira.
Além dos pacientes com apenas transtornos mentais, o Hosmac também atende dependentes químicos em crise, como é o caso da jovem de 26 anos, M.D.M.Q, que é paciente recorrente do hospital. Ela conta que usa droga há cinco anos.
“Uso drogas desde quando a minha mãe morreu, eu fiquei pelada na rua, a polícia me trouxe junto com o Samu. Vai fazer sete dias que estou aqui. O tratamento aqui é excelente, me acolheram bem, todo mundo fica bem, tem comida a vontade para a gente comer”, disse a paciente.
O médico psiquiatra José Rosas Paulino foi diretor na unidade por 19 anos. Ele conta que alguns pacientes que ele atendeu no passado ainda se encontram no Hosmac devido ao grave quadro da doença mental.
“Já foi feito uma tentativa de colocá-los nas suas residências, mas infelizmente não é possível pela gravidade da doença. A doença mental crônica, a psicose deixa sequelas em que se torna difícil conviver no meio familiar, e nem sempre a família está preparada ou tem estrutura para receber o paciente”, explicou o psiquiatra José Rosas Paulino.