Há sete anos, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen/AC) dava os primeiros passos para a inserção do trabalho com cães nas atividades de segurança nos presídios. A comemoração do 7º aniversário do Centro de Treinamento de Cães Penitenciários (CTCães) foi realizada na manhã desta quarta-feira, 14, na sede da instituição, instalada ao lado do Complexo Penitenciário de Rio Branco.
Na oportunidade, o presidente do Iapen, Arlenilson Cunha, destacou que é um momento de alegria e de compartilhar as experiências: “O Canil se tornou uma ferramenta fundamental para as ações da Polícia Penal dentro e fora do ambiente prisional. Hoje nós temos o centro de treinamento com cães ativos desde a guarda, proteção e faro. Isso tem sido fundamental para o fortalecimento da Polícia Penal e da segurança dos estabelecimentos prisionais do Estado”, disse.
O coordenador do CTCães Penitenciários, Laurênio Melo, explicou que o principal trabalho desenvolvido com os cães é a técnica do “corredor de segurança”. Nesse sistema, o cão fica entre a muralha e o pavilhão com o intuito de evitar as fugas. “Se, por acaso, o preso sair do pavilhão, com um metro de distância o cão já começa a latir para avisar os policiais. O cão só ataca se o preso pular dentro da área de proteção dele”, afirmou.
Sobre as qualidades dos animais disponíveis no Iapen, o coordenador destacou que o cão é uma das melhores ferramentas já usadas dentro do sistema penitenciário, além de ser a menos letal. “Temos os cães de faro, como uma cadela que fareja celular e os cães de guarda e proteção, que são para intervenção. Também temos cães de faro de entorpecente. Estamos trabalhando em conjunto com a Polícia Civil”, ressaltou.
“É uma imensa satisfação poder estar aqui neste momento. Nós acolhemos esse povo inicialmente lá no Bope e foi um prazer, pois nós também estávamos em início de treinamento. Foi uma junção que eu acredito que tenha dado certo. Parabéns ao Iapen e à Polícia Penal”, disse o tenente-coronel Flávio Inácio, atual comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar.
O delegado Rodrigo Noll Comaru destacou a parceria firmada, entre as instituições de segurança, no trabalho que auxilia o processo de investigação. “A utilização de cães na segurança pública hoje é indispensável e a Polícia Civil também percebeu isso. Nós agora precisamos da ajuda de vocês para trabalhar com cães, porque vemos que há situações em que é o cão que vai resolver, que vai trazer a solução para uma informação que nós já temos e que, sem ele, nós não acharemos”, afirmou.
Trajetória
Durante a comemoração, os profissionais relembraram a trajetória do Centro e os avanços ao longo do último ano de gestão. Eles lembraram que o Canil começou em 2014, com apenas três policiais penais que resolveram ir até São Paulo para adquirir o conhecimento específico da área em um curso de cinotecnia.
Em 2016, o Canil Penitenciário foi devidamente formalizado no âmbito do Iapen, mas os profissionais foram acolhidos dentro da Polícia Militar, para adquirirem mais conhecimento e passarem a desenvolver o trabalho. Somente em 2020 as duas instituições resolveram que o canil do Iapen precisava de uma casa própria.
Ao longo dos sete anos, a atividade com cães foi difundida na instituição, o que possibilitou a realização do primeiro estágio de cinotecnia, ocorrido em setembro de 2020. Com isso, a quantidade de profissionais saltou de quatro para nove e a quantidade de cães foi de três para 14.
Atualmente, o CTCães também conta com a parceria da Polícia Civil e atua em operações policiais que empregam as polícias Penal, Militar e Civil.