O governo do Estado, por meio do Instituto de Defesa Agropecuário e Florestal do Acre (Idaf), trabalha no acompanhamento das vacinas contra aftosa realizadas pelo Servicio Nacional de Sanidad Agropecuaria e Inocuidad Alimentaria da Bolivia (Senasag). As vacinas assistidas fazem parte do acordo trinacional entre Brasil, Bolívia e Peru.
O objetivo dessa atividade conjunta é parte do cumprimento que foi pactuado na Reunião da Tríplice Fronteira em Puerto Maldonado – Peru, em março deste ano. Especialmente com relação à verificação da particularidade dos cadastros localizados a faixa de fronteira de 15 km para ambos os países.
A iniciativa também faz parte do conjunto de atividades propostas no Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa na América do Sul (PHEFA), que tem como meta a estratégia principal de implantar progressivamente a manutenção de zonas livres da doença, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
“A ideia do trabalho é monitorar os critérios de elegibilidade das propriedades de maior risco, se são mesmo na área de fronteira, como são realizados os procedimentos de vacinação e se o dados cadastrais conferem” , afirma o gerente de defesa animal do Idaf, Mario Cesar de Araujo.
Desde 2010, o Idaf em parceria com o Senasag realiza um trabalho de vacinação contra a febre aftosa de forma conjunta. Neste ano, já foram mais de 30 vacinações assistidas na região de fronteira do Alto Acre.
“Nós acompanhamos o trabalho das defesas animal da Bolívia e Peru e eles acompanham o nosso. Com isso nos certificamos da seriedade com que o trabalho é realizado”, disse o médico veterinário e chefe do escritório do Idaf de Brasileia, Honório Pinheiro.
Ampliação das capacidades dos serviços veterinários, fortalecimento do sistema de vigilância em saúde animal e realização da transição de zona livre de febre aftosa com vacinação para sem vacinação no país, são ações conjuntas que fazem parte do acordo entre os países.
O coordenador da Defesa Animal do Senasag, Adrian Gomez ressalta: “Nosso trabalho é estabelecido em um cronograma onde trazemos a vacina para o produtor e fiscalizamos sua propriedade e vacinação”.
Acre livre da Aftosa sem vacinação
Durante a 44ª Reunião Ordinária da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), realizada em Pirenópolis (GO), em abril de 2017 foi definido um plano para a retirada da vacinação contra a febre aftosa no Brasil até 2021 e o reconhecimento do país como livre da doença sem vacinação até 2022.
O governo federal planeja dividir o país em cinco blocos e iniciar essa nova etapa pelas regiões de menor risco. O primeiro bloco é composto por Acre e Rondônia, de onde a vacina será removida em 2019. O departamento de Pando na Bolívia também tem sua retirada programada para o mesmo ano e o Peru já é território livre da aftosa sem vacinação.
O diretor presidente do Idaf, Ronaldo Queiroz afirma “Esse esforço tem que ser em conjunto porque sozinhos não conseguiremos. Assim, não somente Acre e Pando sairão beneficiados, mas sim toda América do Sul”.