A terceira idade exige hábitos de vida mais saudáveis. Pensando nisso, o governo do Estado, em parceria com a prefeitura de Rio Branco, busca meios de inserir a prática regular de atividades físicas na rotina dos idosos. Na capital, alguns locais públicos já são destinados à ginástica aeróbica e musculação, sob acompanhamento de um profissional. Além das academias populares nos bairros, espaços como o estádio Arena da Floresta são algumas opções que têm levado cada vez mais idosos a abandonarem o sedentarismo.
Bem humorada, de voz suave e olhar terno, aos 102 anos, Francisca de Souza Fontinele, a Chiquinha, mais parece uma menina. Um dos segredos para se estar de bem com a vida ela revela: “A gente sempre diz que está bem, mesmo se estiver tudo mal”. Assim, ela encara as consequências da idade já avançada e responde ao tempo com disposição para praticar atividades diariamente. Sempre com um chapéu na cabeça, meia e sapatilha nos pés, e uma malha que lhe deixe à vontade, caminha até à academia popular próxima de sua casa, no bairro Calafate.
De segunda a quinta, assim como Chiquinha, dezenas de idosos se revezam nos aparelhos das 7h às 8h30 da academia, que fica ao lado da unidade de saúde Rosângela Pimentel. O grupo de idosos, coordenado pela professora Jéssica Menezes, carrega o nome de “Acorda, Terceira Idade!”. Pelo menos duas vezes por semana há enfermeiros para fazer a pesagem, aferir a pressão arterial e conferir o nível de glicose dos participantes.
Ivone Carvalho Lima vai completar 70 anos e conta que sofria com dores nos ossos e articulações, além de ter problemas graves na coluna. Depois que passou a frequentar a academia, as dores diminuíram significativamente. “Hoje eu entendo como é importante praticar exercícios, não sinto mais metade das dores que eu sentia. Além disso, a gente é muito bem assistida aqui. É um novo modo de viver”, diz.
Quem também aposta na disciplina e assiduidade aos exercícios é o aposentado Mário Almeida de Lima. “Eu tenho muito mais disposição depois que comecei a fazer atividade todo dia, antes de chegar aqui faço uma corrida e quando volto pra casa sempre estou fazendo alguma coisa, procuro um quintal pra roçar, qualquer coisa, mas não fico parado. Se não tiver nada pra fazer, eu invento”, conta.