Foi num ambiente festivo que se realizou a reinauguração da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) do Vale do Juruá, na cidade de Mâncio Lima. A cerimônia foi embelezada pela banda do 61º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), que executou o Hino Nacional Brasileiro e o Hino Acreano. Também houve apresentação do povo Shawandawa e de um grupo de mariri do povo Puyanawa.
Indígenas de várias etnias estiveram presentes e deram um colorido todo especial à festa, com seus cocares e adornos. O secretário de Saúde do Estado, Armando Melo, e o assessor especial dos povos Indígenas, Zezinho Kaxinauá, estiveram presentes.
A nova Casai é ampla e tem capacidade para alojar os pacientes indígenas referenciados para alta e média complexidade dos oito municípios que compõem a área de abrangência do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Vale do Juruá, que inclui nove povos indígenas totalizando uma população em torno de 14 mil indígenas.
Segundo explicação do chefe do Dsei, Mário Ferreira Júnior, a responsabilidade do distrito é a atenção básica nas aldeias. Quando não há resolutividade por parte da equipe do Dsei o paciente tem que ser encaminhado para outro nível de complexidade, no caso do Vale do Juruá, de preferência para Cruzeiro do Sul.
Ele informa que normalmente são atendidos pela Casai entre 30 e 40 indígenas, que recebem atendimento de enfermagem, além de alimentação e apoio para deslocamentos.
Preocupação com a comunicação
O indígena Isaac Pianko, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), aponta que, além da necessidade de o médico entender a realidade existente nas aldeias, ainda há a questão da língua, pois muitos indígenas não sabem se expressar em português.
O indígena Joel Puyanawa, líder dos Puyanawas, elogiou o esforço dos gestores do Dsei local e do governo federal em seu apoio para a construção da nova Casai.
Haru Kuntanawa, que habita terra indígena no Alto Juruá, expressou “É um novo momento para nós. O espaço é legal e o que importa para nós é a melhoria da saúde indígena”.