Para o desenvolvimento de uma nação, investimentos nas ações educacionais são indispensáveis. E o Acre comprova, por intermédio de sua trajetória nesta e em tantas outras áreas, que o planejamento estratégico e as boas decisões foram decisivos para o fortalecimento educacional acreano.
Há 15 anos, os indicadores do Acre eram, segundo avaliações do Ministério da Educação (MEC), um dos mais frágeis do país, devido às limitações enfrentadas pelas instituições de ensino da rede pública, como falta de estrutura física e condições precárias de funcionamento e de gestão, além do fato de apenas 27% dos professores possuir nível superior.
Foi com o objetivo de mudar esse cenário que o governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação e Esporte (SEE), vem centrando esforços na implementação de políticas públicas educacionais com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população.
Qualificação da rede pública de ensino
Para reverter o quadro de educadores sem formação superior nas redes estadual e municipal de ensino, o governo do Estado firmou parceria com a Universidade Federal do Acre (Ufac), celebrando, entre 2000 e 2010, seis convênios para programas distintos, incluindo o Proformação, o Programa de Licenciaturas para os Municípios Isolados ou de Difícil Acesso e o Programa de Formação Especial de Professores para Educação Básica da Zona Rural (Profir).
Incluindo essas e outras ações voltadas para a qualificação dos professores, foram ofertadas mais de nove mil vagas nos cursos de Biologia, Educação Física, Geografia, História, Letras, Matemática, Pedagogia e Economia, possibilitando que, atualmente, cerca de 94% dos educadores da rede estadual de ensino possuam nível superior.
Pensando também nas características geográficas do Estado, que possui locais de difícil acesso em vários municípios, foi aderido, pela da SEE, o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), instituído pelo MEC em 2006, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no país.
Graças à UAB, diversas universidades do país têm firmado parcerias com o Acre, como a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Assim, de 2007 a 2011, houve a oferta de mais de 1.500 vagas em cursos de Pedagogia, Administração, Artes Visuais, Teatro, Música e outros, além de diversos cursos de pós-graduação e aperfeiçoamento.
Como resultado desses investimentos, em um período de 11 anos (2000-2011), o Governo do Acre, em parceria com o MEC e com diversas instituições de ensino superior, formou cerca de 9600 professores, atendendo todos os municípios do Estado.
Aulenir Araújo, da coordenação de Ensino Superior da SEE, esclarece que, graças ao sucesso das atividades realizadas em todo o Estado, os índices da escola seguem a tendência de se elevar e de ofertar educação com qualidade para os alunos da rede pública.
Alcançando as zonas rurais
Ainda no rumo do sucesso que as ações voltadas para o Ensino Superior renderam, o governo do Estado também dedicou atenção e esforços para outra situação importante: a educação básica na zona rural de Rio Branco.
Até 1999, a oferta reduzia-se aos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), organizados em sua maioria em classes multisseriadas. Já a segunda etapa, de 6º ao 9º ano, atendia apenas três mil alunos em áreas de assentamentos, região de maior concentração populacional e de localização de grandes escolas. E o indicador mais grave era o do Ensino Médio rural: apenas 241 alunos em todo o Acre, de acordo com o Censo Escolar de 1998.
Para garantir a continuidade de estudo nos 22 municípios do Acre, evitando a exclusão social e incentivando a educação como força transformadora, foi implementado em 2008 o programa Asas da Florestania, ampliando a cobertura da educação básica.
Inicialmente, o novo programa atuava em 18 municípios, atendendo inicialmente 1.200 alunos. No decorrer dos anos, sua cobertura foi sendo gradativamente ampliada, possibilitando a matrícula do Ensino Médio em toda a zona rural.
De acordo com Chiquinha Silva, coordenadora de Ensino Rural da SEE, foi possível, ao longo dos últimos sete anos, aumentar o número de matrículas para aproximadamente oito mil alunos. “Ao assegurar a continuidade da oferta das três últimas séries da educação básica, demonstramos nossa parceria com a cidadania dos povos da floresta, munindo-os de conhecimentos que servirão para diversas atividades sociais, políticas, culturais e econômicas.”