Levar educação para as escolas rurais, ribeirinhas e extrativistas dos municípios acreanos não é tarefa fácil, porque o Acre está localizado na parte ocidental da Amazônia e algumas comunidades estão em zonas de difícil acesso. O governo do Estado vem rompendo essas barreiras geográficas e levando investimento para as escolas mais afastadas da região.
Só no ano de 2017, foram aplicados mais de R$ 6 milhões em melhorias das estruturas físicas das escolas rurais, beneficiando as regionais do Alto Acre, Baixo Acre e Envira. Este valor engloba diferentes serviços, desde reformas e construções de novas sedes até à compra de equipamentos.
Ricardo Gelete, coordenador de Ensino Rural da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE), explica que os investimentos são formas de garantir que os moradores de comunidades distantes dos centros urbanos tenham condições de estudar, e assim não precisar migrar do campo para a cidade.
“Se o estudante tem uma escola na sua comunidade com estrutura e quadro docente de qualidade, dificilmente vai querer sair de sua casa para estudar na zona urbana. As construções e reformas garantem isso, que eles tenham escolas de qualidades no lugar onde vivem”, destaca.
Zona rural da capital
A Escola Alto Alegre II, na zona rural de Rio Branco, é uma das instituições que está recebendo melhorias em 2017. O governo investiu R$ 238 mil para ampliação e reparos.
“Aqui já foi construída a cantina, e novas salas de aulas foram reformadas. Além disso, há o muro, que também está sendo feito. Ainda nem terminou e já estamos podendo desfrutar as mudanças”, conta o diretor Edineudo Galdino.
Da capital ao interior
Além das regionais citadas, estabelecimentos de ensino das regionais do Juruá e Purus também serão beneficiados com reformas ou ampliação até 2018. Pelo menos mais R$ 6 milhões serão investidos em pelo menos 126 estabelecimentos de ensino de todos os municípios acreanos.
O coordenador de Zoneamento Rural, Leandro Ciqueira, explica que no Acre há muitas comunidades consideradas isoladas ou de difícil acesso, às quais o ingresso só é possível por via aérea ou fluvial. Esse motivo torna os deslocamentos até elas um desafio para quem leva assistência, principalmente em infraestrutura, já que é necessária uma logística maior para chegarem os materiais.
“Em algumas localidades só é possível chegar de avião, ou barco. E tem alguns ramais e colocações em que a dificuldade é maior ainda, porque temos que enfrentar a mata fechada, onde só da pra chegar a pé ou a cavalo”, ressalta Ciqueira.
Apesar dessas especificidades amazônicas, as equipes da SEE têm dado assistência às 432 escolas rurais dos 22 municípios acreanos, beneficiando diretamente 39.809 alunos.
Um exemplo disso é a construção da nova sede da escola Geraldo Pinto Correia, localizada na comunidade Triunfo, em Marechal Thaumaturgo, distante 560 km da capital, que está em fase final de conclusão e com previsão para ser inaugurada ainda este ano.
Na instituição foram investidos R$ 178 mil em infraestrutura, materiais e equipamentos. O local trabalha com ensino fundamental e médio do Programa Asas da Florestania.