Após ser atingida pela alagação histórica de 2015, a Casa de Chico Mendes, em Xapuri, passa por restauração. A obra é de responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e deve ter a duração de dois meses, com previsão de entrega para maio deste ano.
A reforma só foi possível após a aprovação de um projeto elaborado pelo órgão. Para isso, foi feito minucioso estudo preliminar sobre o histórico e a conservação da casa, além de mapeamento dos danos. O valor da obra é orçado em mais de R$ 118 mil.
De acordo com o superintendente do Iphan, Deyvesson Israel Alves, será feito um reforço estrutural nos pilares da casa, além de amarrações nas junções da estrutura, para que, no caso de novas enchentes, a estabilidade do espaço seja garantida.
“As partes que estão com danos irreversíveis terão a madeira substituída, complementada com enxerto ou com preenchimento, dependendo do tamanho do dano”, explica.
O projeto foi contratado pelo Iphan ainda em 2014, porém, teve que ser interrompido devido à alagação. “Decidimos começar somente depois do inverno amazônico, período chuvoso que vai de dezembro a abril, para evitar que a casa fosse atingida por uma eventual nova alagação enquanto estivesse em obras”, complementa Deyvesson.
Patrimônio tombado
Assim como a estrutura da casa, todo o acervo que pertence ao local é tombado. Os objetos foram retirados do imóvel antes da cheia, e agora estão sob a responsabilidade da Fundação Elias Mansour (FEM).
De acordo com a gestora de Cultura, Karla Martins, o restauro fortalece a preocupação do Iphan e do governo do Estado com o patrimônio histórico.
“A Casa de Chico Mendes é um local que traz consigo um símbolo de memória do nosso maior líder seringueiro. Conservar o lugar em que ele viveu e morreu é uma demonstração de respeito a esse homem que faz parte da história do Acre”, destaca.