A educação ainda é a base para abrir portas no âmbito profissional e pessoal. Com esse intuito, o Instituto Socioeducativo (ISE) desenvolve uma ação de incentivo à leitura dentro das unidades socioeducativas.
Atualmente esse incentivo aos estudos e à prática da leitura é desenvolvido com 55 adolescentes do Centro Socioeducativo Acre, pois o ISE, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE), busca a melhoria de ensino com os jovens privados de liberdade.
“Com o título “Uma Luz no Fim do Túnel, Escrevendo sua Própria História”, o projeto trabalha essa capacidade de superação, pela qual dá condições, por meio da educação, ao menor infrator, uma oportunidade de mudança levando até eles o mundo da literatura para que possam criar assas e ao deixarem o sistema socioeducativo ingressem em uma faculdade ou trabalho”, declarou o diretor-presidente do ISE, Rafael Almeida.
A assistente social Raquel Lima explica que o projeto é realizado em várias etapas. Na primeira, os alunos recebem videoaulas com a história de um ex-interno da Fundação Estadual do Bem Estar do Menor de São Paulo (FEBEM), na segunda etapa são trabalhadas três histórias de superação, a terceira é levada uma pessoa que passou por todo esse processo para dar seu depoimento.
“O hábito de leitura vai além do passatempo, prepara os adolescentes para o Enem, além de fazerem com que eles tomem gosto pela leitura. Recebemos da Secretaria de Estado de Educação diversas doações de livros, e também de outros parceiros, pois a leitura estimula a imaginação e pretendemos ainda mais instigar esse jovem ao mundo das letras afastando do mundo do crime”, declarou, Raquel Lima.
O ex-interno, Douglas Costa, que já passou por esse projeto, descreve como o mundo da leitura auxiliou na mudança de vida. “Eu era um adolescente rebelde, cometi diversos delitos, vários assaltos, entrei na criminalidade aos 12 anos e com isso vim parar na internação, mas graças às pessoas que acreditaram em mim, tive a oportunidade de recomeçar novamente”, declarou.
Costa diz ainda que foi com muita paciência e esforço que as mudanças vieram gradativamente. “Pra mim, se eu quisesse um determinado objeto eu tinha que roubar, nem passava pela minha cabeça em adquirir algo com trabalho. Foi então que com o apoio das professoras e também o religioso, fez com que eu acordasse para a vida, e hoje com 22 anos dedico parte do meu tempo em ajudar os jovens que entram na internação e outra parte nas obras de Deus, pois sou pastor evangélico e a minha experiência de vida levo para salvar as pessoas do mundo da perdição”, declarou.