“Na Itália eu tinha carro, moto, mas sempre optei por andar de bicicleta. Além de ser uma prática saudável, nos permite sentir e enxergar o mundo de outra maneira. As cores, os cheiros, as pessoas, tudo ganha vida”, afirma o italiano Giorgio Bravi, 58 anos, que há oito meses percorre os Estados brasileiros em uma bicicleta cargueira.
Ele conta que apesar de possuir uma beleza imensurável, seu país tomou rumos econômicos conflituosos. “Saí da Itália por conta da crise, as coisas por lá não estão fáceis. Aqui, apesar da crise, o brasileiro usa a criatividade a seu favor. Logo quando cheguei ao país, vendia pizza, bolos e pastéis na minha bicicleta mesmo. Se fizesse isso na Itália seria preso”, relata o ciclista.
Giorgio fica uma semana no Acre, em seguida segue para a Bolívia, por onde pretende chegar ao Mato Grosso. Após percorrer muitas cidades e 12 Estados de bike, ele conta que a passagem por Rio Branco foi especial. “Aqui há um contato maior com a natureza. Cidade pequena, tranquila e aconchegantemente linda”, elogiou.
Assim como milhares de brasileiros, Giorgio utiliza a bicicleta como meio de transporte sustentável. Rio Branco é a cidade com maior malha cicloviária do Brasil – se considerado o número de habitantes –, tornando-se referência nacional com políticas públicas de urbanização que estimulam a consciência ambiental.
O ciclismo é uma prática que vem crescendo na capital, é o que explica o presidente da Associação de Ciclistas do Acre (Acac), Valden Rocha: “A prefeitura de Rio Branco tem estimulado o uso da bicicleta, por meio da recuperação das ciclovias e do diálogo frequente com os movimentos de ciclismo”.
Nesta quarta-feira, 19, comemora-se o Dia Nacional do Ciclista. A data é em homenagem ao ciclista e biólogo Pedro Davison, que morreu em 19 de agosto de 2006, após ser atropelado por um automóvel no Eixo Rodoviário Sul, em Brasília, quando tinha apenas 25 anos.