Integrando-se ao novo sistema global de monitoramento e transparência de informações, o Acre dá mais um passo rumo ao diálogo com diferentes atores sociais sobre os avanços de sua política socioeconômica e ambiental. Trata-se de uma plataforma, disponibilizada online, com dados sobre os sistemas de produção e proteção estabelecidos no seu território.
A Plataforma Produzir e Proteger (PPP) permite que o estado mostre ao mundo os seus avanços nessas áreas, além de conectar empresas e consumidores que buscam commodities produzidas de forma sustentável em jurisdições de florestas tropicais. O produto com selo de responsabilidade socioambiental agregado atrai investimentos e impulsiona as cadeias produtivas do estado.
O processo de construção da Plataforma é coletivo entre governos, organizações não governamentais e pesquisadores, agregando conhecimentos e interesses dos diferentes setores da sociedade civil. Sua base de informações é gerada a partir de dados oficiais assegurando a proposta de perpassar governos, além de gerar maior credibilidade às informações disponibilizadas.
Sua implementação é fruto da parceria técnico-científica entre a ONG Earth Innovation Institute (EII), (em português, Instituto de Inovação da Terra) e o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (Sema) e da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais (CDSA). Neste processo participaram também o Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação dos Serviços Ambientais (IMC) e a Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan).
Para o diretor-presidente da CDSA, Alberto Tavares, a PPP Acre pode potencializar os diálogos atuais e futuros com investidores na economia de base sustentável do Acre. “A Plataforma Produzir e Proteger é uma ferramenta de monitoramento das metas e resultados que o Acre tem alcançado na economia, nos investimentos na área social e na conservação ambiental. Essa plataforma é fundamental porque já há algum tempo a estratégia do governo do Acre de captação de recurso e atração de investimento mostra resultados positivos. No entanto, investidores e doadores querem cada vez mais acompanhar a performance do estado, verificando os avanços dos indicadores nesses três setores”, disse.
A plataforma foi oficialmente lançada pelo governo do Acre no Amazon Bonn. O evento foi realizado como atividade paralela à Conferência do Clima (COP23), no dia 14, no Museu Contemporâneo de Bonn, Alemanha, pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil e o Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, com apoio do Ministério para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha (BMZ), do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES)/Fundo Amazônia e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
Ao lado do governo do Acre no lançamento, representando o EII, o seu diretor executivo, Daniel Nepstad, falou sobre a mudança do contexto das políticas ambientais nacionais que estão se voltando para uma cooperação mundial. “A agenda socioambiental do Brasil e da Amazônia, ao invés de olhar apenas para dentro do país, está começando a olhar para fora. Ao invés de ser apenas uma agenda de regulamentação de comando e controle, está virando uma agenda de crescimento verde. Isso significa que o Acre e os outros estados do Brasil precisam mostrar cada vez mais sua cara para o mundo, apresentando os produtos que têm e que foram produzidos de forma sustentável, as suas necessidades de entrada de capital, capital de impacto, e as outras necessidades que podem ter apoio de parceiros. O Acre, como sempre pioneiro nessas inovações, está avançando aqui, em Bonn, com sua Plataforma Produzir e Proteger”, declarou Daniel.
Seu funcionamento
Essa importante ferramenta permite a visualização espacial de indicadores de Proteção e Produção para uma análise dinâmica do território do estado.
A sua estrutura fixa está dividida por ícones temáticos: PERFIL DO ESTADO, MAPA INTERATIVO, METAS E INDICADORES – sob o conceito Habitar, Produzir e Conservar, OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO, MEIO DE VIDA TRADICIONAL e SERVIÇOS AMBIENTAIS.
O acesso é feito pelo endereço www.acreppp.org, onde é possível encontrar de forma precisa indicadores de desmatamento – que registrou uma redução de 66% no período de 12 anos; aumento da produção da castanha – hoje um dos maiores produtores do Brasil; aumento de 300% na produção de açaí nos últimos 4 anos, e outros.
A plataforma disponibiliza ainda informações descritivas sobre o Acre e contextualiza a importância desta ferramenta para o estado.
Transparência nos meio de produção e proteção
O Acre sinaliza positivamente a implementação de suas políticas socioeconômicas e ambientais. A significativa redução na taxa de desmatamento do estado demonstra o cumprimento dos seus compromissos voluntários assumidos até 2020, em prol da proteção da sua floresta e redução das emissões de CO2, fator relacionado ao aquecimento global.
A continuidade de estratégias que contribuam para a redução do desmatamento, e que ao mesmo tempo impulsionam a transição para um desenvolvimento rural, incorporando a promoção de cadeias de abastecimento em bases sustentáveis, é necessária para atender a nova demanda do mercado atual.
A economia do Século XXI tende a valorizar os ativos florestais para a regulação do clima e o estoque de carbono, como também a continuidade da política para aqueles que escolheram o caminho do desenvolvimento de baixas emissões e alta inclusão social.
Desta forma, a Plataforma do Acre se constitui como um instrumento estratégico de alinhamento das várias iniciativas existentes no estado com acesso global, buscando também agregar investimentos aumentando a escala dos impactos positivos nos seus sistemas de produção e proteção da floresta.