[vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”335416″ css=”.vc_custom_1545174319759{margin-top: -250px !important;}”][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” el_class=”blue-grey darken-4″ css=”.vc_custom_1544647328243{padding-top: 50px !important;padding-bottom: 100px !important;}”][vc_column][vc_custom_heading source=”post_title” font_container=”tag:h2|font_size:40px|text_align:center” google_fonts=”font_family:Fira%20Sans%3A300%2C300italic%2C400%2C400italic%2C500%2C500italic%2C700%2C700italic|font_style:700%20bold%20regular%3A700%3Anormal” el_class=”white-text”][vc_text_separator title=”Texto: Mágila Campos | Fotos: Secom || Diagramação de Adaildo Neto” color=”white” el_class=”pequeno white-text”][vc_text_separator title=”Rio Branco, 19 de dezembro de 2018″ color=”white” el_class=”pequeno white-text”][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1521576300268{margin-top: -100px !important;}”][vc_column el_class=”white”][vc_column_text]Para muitas pessoas é simples e um movimento quase automático ler o que está escrito em um jornal, na fachada de um prédio ou na padaria da esquina da rua. Mas, para alguns cidadãos, não é. O simples fato de ler, em 2018, ainda é um privilégio, assim como era no século 18, embora não na mesma proporção.
No Acre, por exemplo, até meados de 2015, a taxa de analfabetismo chegava a 13,1% da população acima de 15 anos. Um panorama que só começou a mudar depois da criação do Programa de Alfabetização Quero Ler, iniciativa do governador Tião Viana para retirar em torno de 60 mil jovens, adultos e idosos da escuridão do analfabetismo em todo o estado.
Para conseguir lograr êxito, o ensino precisava chegar até aquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de frequentar um banco de escola na idade certa. E assim, rapidamente, o programa chegou aos 22 municípios do Estado. Turmas foram criadas em comunidades urbanas, rurais, de difícil acesso e também ribeirinhas.
Para a professora Augusta Rosas, coordenadora do programa, o Quero Ler foi uma experiência de vida nova para o povo acreano, porque na prática foi uma oportunidade que o governo do Estado deu para os adultos aprenderem a também dominar o mundo da leitura e da escrita.
“No Acre, hoje, nós podemos garantir com os resultados do Quero Ler, que todas as pessoas, da criança ao idoso, tiveram a oportunidade de ter acesso à educação, independente da localidade onde eles moram”, destaca.
A turma da professora Nilza Carvalho, no bairro Cadeia Velha, em Rio Branco, é um exemplo. A classe é formada em sua maioria por alunos vindos da zona rural que só puderam aprender a ler o mundo através das letras depois de ter migrado para a cidade e conhecido o Quero Ler.
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”298513″ parallax_speed_bg=”1″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”Concretizando Sonhos” font_container=”tag:h2|font_size:40px|text_align:center” google_fonts=”font_family:Fira%20Sans%3A300%2C300italic%2C400%2C400italic%2C500%2C500italic%2C700%2C700italic|font_style:700%20bold%20regular%3A700%3Anormal”][vc_column_text]É o caso da dona de casa Francisca Almeida, de 65 anos. “Quando eu era jovem, não podia estudar, porque meus pais moravam no seringal, nos centros [floresta], margens dos rios, e não tinha escola. Aí não tinha como ter ensinamento”, conta.
Depois que cresceu, Francisca conta que vieram o casamento, os filhos, e o sonho de aprender a ler foi mais uma vez adiado. “Há uns seis anos eu tive a oportunidade porque vim para a cidade, mas achava que não podia mais aprender e por isso não estudava”, conta.
A mudança de mentalidade só veio depois que ela conheceu o Quero Ler, já que as aulas eram no seu bairro e na igreja da qual participa. “Quando Deus tem um plano e a gente tem um sonho, a gente consegue”, diz, referindo-se ao fato de ter tido a oportunidade de estudar mesmo em idade avançada.
“Hoje, estudando, estou realizando o meu sonho. Eu queria aprender a ler, porque eu queria ler a bíblia e levar a Palavra de Deus para quem não conhece”, declara.
E com brilhos nos olhos a ex-agricultora conta que está vendo o mundo de outra maneira: “Hoje eu estou entrando no mundo da leitura e conseguindo enxergar aquilo que não conseguia”, ressalta, entusiasmada.
Mesma sensação compartilhada por Roberto da Silva, 21 anos mais novo que Francisca, mas que também não teve a oportunidade de estudar na juventude. “Nasci no centro de seringal, como todos nós aqui. E naquele tempo no seringal era tudo difícil”, lembra.
Pelas dificuldades e por precisar também trabalhar desde cedo, Roberto conta que conhecia as letras, mas não sabia formar as sílabas, algo que só veio aprender aos 44 anos de idade.
“Quando eu comecei a ler, a descobrir as palavras, me emocionei muitas vezes, porque você descobre algo muito especial. Quando a gente aprende a ler, passa a ver o mundo de outra forma. Você vai num banco, você sabe se identificar, sabe ler uma placa, direita – esquerda”, enfatiza.
Ao longo do processo, ele conta que descobriu que se tivesse tido a oportunidade de estudar teria um futuro diferente. “O mais impressionante foi que eu desenvolvi e descobri coisas melhores. Que eu poderia já estar formado profissionalmente. Poderia ser um mestre de obras, um engenheiro”, diz.
E como todos na turma, ele é otimista e conta que deseja continuar com os estudos e vislumbra crescimento. “Já fui gerente, encarregado, e tudo isso travou na minha vida, porque eu não tinha estudo, mas ainda vou chegar lá, porque na presença de Deus nunca é tarde para você começar”, salienta.
A professora de Francisca e de Roberto diz que o programa mudou a realidade dos moradores do bairro. “O Quero Ler foi uma luz na vida das pessoas e por isso tem que continuar, porque tem muita gente que só quer aprender a ler e escrever para poder ter uma vida melhor”, explica.
Alunos como Francisca e Roberto retratam o perfil da maioria dos estudantes do Quero Ler, que em grande parte eram ex-seringueiros, ribeirinhos e extrativistas. Eles também fazem parte da estatística dos 60 mil alunos de diferentes regiões que passaram pelo programa e tiveram acesso à alfabetização.
As aulas da classe da professora Nilza se encerraram no último dia 30, conforme o calendário escolar da capital proposto pela Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE), pasta responsável pelo projeto. No próximo dia 14 será o fechamento do restante das turmas de 19 municípios.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”335408″ parallax_speed_bg=”1″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”Redução do analfabetismo” font_container=”tag:h2|font_size:40px|text_align:center” google_fonts=”font_family:Fira%20Sans%3A300%2C300italic%2C400%2C400italic%2C500%2C500italic%2C700%2C700italic|font_style:700%20bold%20regular%3A700%3Anormal”][vc_column_text]Com esses atendimentos, a taxa de analfabetismo, que em 2015 estava em torno de 13,1%, poderá reduzir a 4%, o que, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), tornará o Acre território livre de analfabetismo. A redução só será aferida no Censo Demográfico de 2020.
“Não dá para saber se conseguimos a redução esperada, porque é o censo que dirá. Mas sabemos e podemos dizer que em 80% dos municípios não tivemos mais como montar turmas nesta última fase, porque não havia mais demanda. Isso é um reflexo de que conseguimos atender quem precisava”, explica Evaldo Viana, secretário Adjunto de Alfabetização.
O secretário explica ainda que o Quero Ler mudou a história do ensino no Acre. “O governo cumpriu o que propôs fazer pela população acreana, e isso, sem dúvida, se configura como um dos maiores feitos na área educacional da região”, enfatiza Evaldo Viana.
E que isto, segundo Viana representou uma renovação na vida dos nortistas, porque cada aluno tinha sua expectativa. “Uns tinham os desejos de ler a Bíblia, outros de escrever o nome, outros tinham ainda o desejo de ler as placas dos ônibus. Então, o Quero Ler veio atender às necessidades individuais dessas pessoas.”
Outros alunos, ele explica, “tinham expectativas maiores. Centenas dos nossos alunos entraram porque sonhavam e queriam tirar a carteira de habilitação”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”351238″ parallax_speed_bg=”1″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]
Quero Ler Mais
Viana explica que a partir de agora os alunos que concluíram essa primeira etapa de alfabetização estão aptos a seguir os estudos, por isso é necessário que o programa continue, só que agora em módulos avançados. A ideia, segundo o gestor, é criar o Quero Ler Mais, que seria a fase II do programa.
“Cumprimos a meta inicial do governo, que era atender 60 mil pessoas. Agora, esses estudantes podem seguir para o módulo II, que seria a continuação dos estudos, como acontece no ensino regular”, explica.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]