O número de instituições que utilizam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de ingresso em seus cursos é cada vez maior. A adesão aumenta a concorrência e os estudantes que estão saindo do ensino médio precisam estar cada vez mais preparados para a competição. Para ajudá-los nesse processo, as escolas estaduais do Acre estão indo além da sala de aula.
Exemplos disso são as escolas José Ribamar Batista (Ejorb) e Heloísa Mourão Marques, de Rio Branco, que, além das aulas de revisão e simulados, oferecem atividades extraclasse com foco na preparação dos candidatos para o exame.
Na Ejorb, desde o início do ano letivo são oferecidas, aos sábados, aulas multidisciplinares abordando as quatro áreas do conhecimento exigidas na seleção.
De acordo com a diretora, Sirlene Luz, as aulas aliadas às atividades extraclasse têm obtido resultados surpreendentes. “Desde 2012, trabalhamos com esse formato; e os resultados são excelentes. No último Enem, por exemplo, tivemos mais de 100 alunos da nossa escola aprovados para a Ufac. Para nós é um orgulho, e mostra que as nossas estratégias de ensino estão no caminho certo”, destaca.
Corujão
Outra estratégia adotada pela Ejorb para a preparação é o Corujão, realizado na escola uma vez por ano antes do exame.
A estudante Bruna Oliveira conta que é um dos momentos mais esperados pelos alunos e reúne candidatos de todas as partes da cidade.
“O ‘Corujão’ começa às 19 horas e só termina às 7 do dia seguinte. São 12 horas de estudo intenso, todos os assuntos são discutidos e ninguém pode dormir. O clima é de concentração, mas bem leve. Estudamos brincando. Quem dorme é acordado ao som de panelaços”, explica.
Enem na sua comunidade
Já na Escola Heloísa Mourão foi criado o projeto “Mais Saber: O Enem na sua Comunidade”, que tem duas frentes de ação: aprimorar os conhecimentos dos alunos e expandir o ensino para outros moradores.
“Por um lado, o projeto busca preparar os nossos alunos dos terceiros anos para o exame, e por outro, favorece a inclusão dos jovens que concluíram o ensino médio e ainda não ingressaram na faculdade. Entendemos que a escola tem um papel social, e o projeto vem para possibilitar que pessoas sem condições de custear curso pré-Enem se preparem com qualidade”, explica o diretor, Mauro Ferreira.
Na prática
O projeto funciona em forma de aulões, três vezes por semana, ministrados pelos professores das 18 às 21h30. Além disso, uma vez por mês os docentes fazem um intensivão no fim de semana, que se inicia às 7 e vai até às 17 horas.