A diversificação da base econômica é uma das principais apostas no governo Tião Viana. A implantação do modelo público-privado-comunitário (PPC), envolvendo empresários, governo e os pequenos, médios e grandes produtores rurais tem se consolidado referência para os demais estados brasileiros, que vêm ao Acre em busca da experiência.
Nesta semana, um grupo de gestores e técnicos dos governos do Ceará (CE), Sergipe (SE) e Minas Gerais (MG) chegaram ao Acre, para um intercâmbio na área de produção.
Após visitarem o Complexo Industrial de Piscicultura, o grupo se dirigiu à Brasileia, nesta quarta-feira, 17, para conhecer as indústrias Acreaves e Dom Porquito, de avicultura e suinocultura, respectivamente.
Conduzidos pelo secretário de Estado de Desenvolvimento da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis, Sibá Machado, os técnicos foram recebidos pela diretoria da empresa Dom Porquito, que explicou o processo de abate, desossa e industrialização, além da participação societária e o envolvimento do pequeno, médio e do grande produtor nos negócios.
Atualmente, a empresa abate quase 200 animais por dia, e a partir de setembro inicia a exportação para Hong Kong e Bolívia.
Com uma capacidade de abate de até dois mil animais por dia, a indústria está dividida em unidades de abate, embutidos e a fábrica de subprodutos.
“Contabilizamos 650 empregos gerados podendo chegar até mil empregos diretos. O PPC nos trás resultados muito diferenciados. Ele nos ajuda a mudar o raciocino empresarial. É um exemplo de sucesso pra nós, e o sucesso do empreendimento está ligado a esse processo de parcerias”, conta o empresário Paulo Santoyo.
Mais de cem produtores estão envolvidos na Acreaves e cerca de 40, na Dom Porquito, que possui um projeto voltado para o envolvimento de mais de 200 produtores rurais.
“O Acre começa a exportar exemplos, capacidade de organização e a mexer profundamente na matriz da indústria e do setor produtivo. As pessoas vêm aqui pra conhecer com o objetivo de implantar modelos semelhantes em seus estados. Estamos na possibilidade de gerar um convênio entre esses governos para intercâmbios nessa área de transferência de conhecimento e tecnologia. Esperamos que em breve esse modelo seja abraçado por todo o Brasil”, afirma Machado.
Cooperação técnica entre os estados
O secretário de Desenvolvimento Agrário de Minas Gerais, Neivaldo Lima, disse que o PPC do Acre é referência, e os estados devem assinar, em breve, um acordo de cooperação técnica com o estado.
“Este momento é importantíssimo, para que nós possamos trocar experiências. O desenvolvimento da agricultura familiar é algo que estamos trabalhando. Vamos assinar um acordo de cooperação com o Acre para promover trocas e para que possamos adquirir essa experiência”, afirmou o gestor.
Já Eduardo Barbosa, superintendente do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace), disse que a experiência é inovadora do ponto de vista da integração dos pequenos produtores, que garantem negócios mais rentáveis.
“Nosso objetivo é estudar o sistema, já que temos a perspectiva de montarmos um modelo semelhante no Ceará e no Piauí para a cultura do caju. Queremos conhecer para replicar a ideia”, conta Barbosa.
Para o diretor-presidente da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário do Sergipe, Jeferson Feitosa, a experiência do PPC será extremamente válida para os estados brasileiros.
“Aqui a gente vê uma perspectiva que pra muitos seria utopia, mas aqui no Acre é uma realidade. É essa experiência inovadora que nós queremos levar para outros estados. Vamos apresentar como nova possibilidade que vai atender quem mais precisa, o agricultor”, afirma.