Em visita ao Acre nesta sexta-feira, 19, o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, participou, junto com o governador Tião Viana e o prefeito Marcus Alexandre, da campanha Escola Sem Zika, uma continuação da mobilização nacional contra o mosquito Aedes aegypti, que também transmite a dengue e a febre chikungunya. Em Rio Branco, a mobilização foi lançada na escola de ensino infantil José Sales.
A iniciativa integra os esforços do governo federal na promoção de ações de orientação à população para o combate aos criadouros do mosquito transmissor dessas doenças. O objetivo é aproveitar o período de volta às aulas para incluir as comunidades escolares nas ações de combate e prevenção. Só nesta sexta a ação ocorre simultaneamente em dez escolas da capital.
Temer ficou surpreso com o resultado das ações no Acre, que reduziu em mais de 70% as notificações de dengue e não possui casos confirmados do zika vírus e febre chikungunya.
“Estou vendo, pela mobilização que vocês estão fazendo, que aqui o mosquito não vai ter nem coragem de entrar, porque vocês estão combatendo de uma tal maneira que seguramente vão eliminá-lo preventivamente. E eu falo para as crianças quando chegarem em casa que deem uma olhadinha nos vasos, nas caixas d’água, e se tiver água parada, chama a mamãe e o papai e tira o que está lá, porque aí não há perigo dessa epidemia”, disse.
Para o governador Tião Viana, educar as crianças é fundamental para a melhora dos resultados. “Os grandes líderes estão nas escolas – os do presente e os do futuro. As crianças deram demonstração de informações corretas e de uma decisão de atitudes junto à escola e à família no combate ao mosquito. E o vice-presidente vem ao Acre para prestar uma homenagem às nossas escolas e aos trabalhadores da educação para que conduzam com mais força essa campanha”, ressalta.
Educar para combater
O dia de mobilização está sendo dedicado à inclusão de estudantes, professores, servidores técnicos e pais de todos os estabelecimentos de ensino do país, incluindo as 188.673 escolas de educação básica, as 63 universidades federais e os 40 institutos federais e Centros Federais de Educação Tecnológica.
A iniciativa do Ministério da Educação tem participação das secretarias estaduais e municipais de Educação, além das Forças Armadas.
O secretário de Educação do Acre, Marco Brandão, ressalta: “Há toda uma construção que inclui a informação, para pessoas terem conhecimento de como os vírus transmitidos funcionam e de como o mosquito passa a doença”.
O pequeno João Caleb, de apenas seis anos e começando a 2ª série, é direto em mostrar o que aprendeu: “Tem que tampar as caixas d’água e virar as garrafas com a boca para baixo. Um mosquito não pode derrotar o país inteiro”.
Grandes esforços
O governo do Estado tem declarado total engajamento contra a proliferação do Aedes aegypti, em parceria com a prefeitura de Rio Branco e com o Exército. Só nos casos de dengue a redução nas notificações caiu de 3.374 casos no ano passado para 1.321 no mesmo período de 3 a 30 de janeiro.
O Estado ainda não tem registro de casos de febre chikungunya e do vírus zika confirmados, mas as notificações da chikungunya chegam a 80 casos e do zika, a 100 desde dezembro do ano passado.
Além disso, 1.743 homens do Exército auxiliarão as prefeituras de 10 cidades do Acre no combate ao mosquito. A prefeitura de Rio Branco já vistoriou 64 mil residências, e quatro mil gestantes já foram identificadas e estão sendo acompanhadas.
O estado registra 19 casos de microcefalia em recém-nascidos desde dezembro do ano passado, e todos estão sob investigação para saber se estão relacionados ao zika vírus.
O prefeito Marcus Alexandre conta que o trabalho também será intensivo nas 74 escolas municipais. “Começamos o ano letivo dia 15, e eu vejo que, junto das crianças, temos um papel fundamental de conscientização e de que elas nos ajudem a divulgar e a informar, dentro de casa mesmo, já que 70% dos focos estão em domicílios.”