O caminhoneiro é um profissional de fundamental importância para a economia. Ele é o responsável por boa parte do transporte de mercadorias no país. Por isso, no dia 16 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Caminhoneiro, data importante para refletir sobre a segurança desses profissionais nas estradas.
Atualmente, existem mais de dois milhões de caminhoneiros atuantes no Brasil, que transportam cerca de 200 milhões de toneladas de mercadorias por ano. Além disso, eles chegam a rodar mais de nove mil km por mês e a trabalhar de cinco a sete dias por semana, foi o que apontou a última pesquisa feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), referente à 7ª Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros.
Raimundo Nonato Ponciano, 60 anos, morador de Rio Branco, é um deles. Há 25 exerce a profissão. Apaixonado pela estrada e pelo caminhão desde os 14 anos, sonhou com a habilitação para a categoria E, até enfim conseguir seguir a profissão.
Neste Dia do Caminhoneiro, Raimundo reforça a importância da categoria para a população, a necessidade de melhorias nas estradas e lembra aos colegas que o descanso durante as viagens é fundamental: “Nosso desejo é que eles sejam iluminados por Deus e que nada de ruim venha a acontecer. Que cada caminhoneiro possa seguir o seu trabalho de forma digna e segura, como tem que ser feito”.
A lei n.º 13.103/2015, conhecida como Lei do Caminhoneiro, prevê intervalos de descanso, paradas programadas para alimentação e o limite da carga horária durante a jornada de trabalho.
“O Detran segue investindo em educação e os caminhoneiros são o público-alvo em diversas abordagens, mesmo que na maioria das vezes eles transitem em rodovias federais. A conscientização deve ser feita a condutores, ciclistas e pedestres, pois o trânsito é feito por muitos atores e cada um tem sua responsabilidade”, lembrou Taynara Martins, presidente da autarquia.
Lembranças de estrada
Dos anos de estrada, uma lembrança ficou marcada: “Logo no início, eu não conhecia nada lá pra fora e fui de caminhão no sentido de São Paulo com a minha esposa. Nos perdemos na rodovia e, sem saber o que fazer, parei. Lá encontrei um casal, também na carreta, eles me ofereceram ajuda, já que iam para o mesmo destino que eu”, conta Raimundo, relembrando a importância da colaboração entre os colegas.
O caminhoneiro destaca as enormes filas que se formam em postos fiscais, de combustível e outros locais, que colaboram com o atraso na entrega de cargas e forçam os profissionais a dirigir sem descanso.
“Muitas vezes você chega a Vilhena, em Rondônia, às 20 horas e só sai no outro dia, por conta do grande fluxo de veículos, por ser divisa de estado. Então, perdemos um tempo danado com isso”, diz Raimundo.
Além disso, o condutor expõe os altos custos de arcar com um caminhão. “A gente depende do caminhão pra viver. Precisamos gastar com combustível, manutenção, pneu. Hoje, tudo que você vai fazer no automóvel é caro e nem sempre a remuneração está de acordo com esse alto custo”.
Cuidado
De acordo com levantamento da CNT, referente aos Acidentes Rodoviários com Caminhões em 2019, as rodovias federais brasileiras registraram um total de 18.239 acidentes com o envolvimento de pelo menos um caminhão. Além disso, o caminhão é o terceiro veículo mais envolvido em acidentes com vítimas (mortos ou feridos) nas rodovias brasileiras, como consta no Painel CNT de Consultas Dinâmicas dos Acidentes Rodoviários de 2020.
A partir do expressivo número de acidentes envolvendo caminhões, a segurança nas rodovias brasileiras é fundamental para o resguardo da vida dos motoristas. Respeitar as leis de trânsito, bem como a sinalização disponível, é uma das precauções que o caminhoneiro deve ter quando for dirigir.