O dia 19 de abril é a data em que se celebra o Dia do Índio, povo nativo que muito contribui para a formação da identidade brasileira. Nesta data, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Empreendedorismo e Turismo (SEET), esteve na Aldeia Puyanawa, em Mâncio Lima, para fomentar a política do etnoturismo na região.
O gestor da pasta, Jhon Douglas Silva, destaca que investir no turismo em terras indígenas tem sido prioridade da gestão estadual e anuncia mais uma ação para o setor. “O governo vai construir a casa de artesanato dos Puyanawas. É um projeto piloto, que se inicia nessa comunidade e será expandido para outras aldeias do estado”, informou.
O espaço comercializará produtos do artesanato indígena e o Estado dará apoio à divulgação da produção.
Joel Puyanawa, cacique da tribo, avalia que o apoio do executivo é uma forma de valorizar a cultura local e de levá-la para outros lugares do mundo. “Iremos compartilhar o nosso conhecimento por meio da nossa arte. Além disso, é uma renda a mais para cerca de 50 artesãos da comunidade. Sem dúvida alguma, é um grande benefício”, disse.
Outra iniciativa realizada pela SEET para alavancar o setor é o Plano de Desenvolvimento Sustentável, que beneficiará 43 aldeias do estado. De acordo com Jhon Douglas, durante os dias 20 e 21 deste mês, quarta e quinta-feira, o Acre sediará o 1º Encontro Internacional sobre Etnoturismo na Amazônia, que tem como objetivo alinhar com outros estados do país os caminhos do desenvolvimento do turismo em terras indígenas. “Essa modalidade de turismo foi pensada para trazer melhores condições de vida aos povos nativos”, reforça o secretário.
No Acre, existem 34 terras indígenas reconhecidas pelo governo federal, distribuídas em 11 dos 22 municípios. Muitas delas já recebem turistas.
A festa Puyanawa no Dia do Índio
Uma verdadeira festa da cultura Puyanawa foi realizada nesta terça-feira. O evento contou com a participação de 400 indígenas e convidados, e cultuou os hábitos, os costumes e as tradições dos povos da floresta.
No centro da maloca espiritual, indígenas dançavam e cantavam. Joel Puyanawa falou do ato de celebração à vida, e reforçou a importância dos conhecimentos dos povos tradicionais para o equilíbrio do homem com a natureza.
“Após dois anos sem realizar a festa, por conta da pandemia, graças a Deus estamos retomando o momento de celebração à vida e à natureza. Agradecemos a Deus a dádiva da vida e por estarmos vivos e com saúde. Hoje é um dia de preservar a história, ser fiel à tradição, e de transmitir nossos conhecimentos milenares. Somos desafiados todos os dias a viver com sabedoria, e buscarmos sempre a harmonia com a natureza”, pontua o cacique.