Às vésperas da data em que se comemora o Dia da Indústria, o governo do Estado, maior idealizador do projeto industrial Dom Porquito, localizado em Brasileia, celebra a notícia mais aguardada para a área da suinocultura: o certificado internacional que reconhece o Acre como zona livre da peste suína clássica.
A certificação já vinha sendo pleiteada há algum tempo pelo Estado e será concedida na próxima quinta-feira, 26, em Paris, na França, pela Organização Mundial de Saúde (OIE).
O Complexo Industrial de Suinocultura Dom Porquito adota o modelo de integração com as esferas pública, privada e comunitária, o que tem beneficiado diretamente os pequenos produtores da região do Alto Acre. Ao iniciar o projeto, o governo concedeu galpões para a engorda de suínos às comunidades interessadas na parceria.
Ao mesmo tempo, a empresa Dom Porquito investiu em matrizes para fazer a distribuição de leitões aos produtores. Em contrapartida, estes precisaram financiar a aquisição de equipamentos para os galpões. Há produtores desejando investir na ampliação dos galpões, que têm capacidade para engordar até 500 leitões.
Gleidison dos Santos é um exemplo disso. Antes de apostar na suinocultura, ele e a família viviam da criação de gado e da agricultura de subsistência, até entrar no projeto de parceria.
O pagamento, feito mediante o peso de cada animal, tem viabilizado o aumento da renda mensal da família, que chega a receber aproximadamente R$ 6 mil por lote trimestral.
De acordo com o diretor da Agência de Negócios do Acre, Inácio Moreira Neto, “a proposta do governo desde o início foi garantir aos pequenos produtores alternativas que gerem renda e fortaleçam as cadeias sustentáveis, aproveitando as áreas abertas e mantendo a floresta de pé”.
Localização e geração de empregos
Em localização estratégica, a Dom Porquito é a aposta de um novo cenário que vai colocar em evidência para o mundo a cadeia produtiva sustentável da suinocultura do Acre.
Prova disso é o anúncio feito pela empresa recentemente de que um contrato assinado com a Bolívia para a exportação de carnes e embutidos. A intenção é formalizar contratos também com todo o mercado andino.
Com um investimento total de R$ 70 milhões, o frigorífico, em pouco tempo de funcionamento, já possui 290 funcionários diretos e abate em média 200 animais por dia.