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O motorista da Educação que ficou conhecido pelo caminhão – Noticias do Acre
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especial semana do servidor

O motorista da Educação que ficou conhecido pelo caminhão

Se você for no Departamento de Alimentação e Nutrição Escolar da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (SEE) e perguntar por Robson Dias da Silva, talvez poucos saberão informar. Mas se você perguntar pelo motorista do “azulão”, certamente todos o conhecerão.

Robson é desses motoristas que ficou conhecido pelo veículo que conduz. Lotado no departamento desde fevereiro de 1992, ele sempre dirigiu um caminhão Ford, modelo 11.000, caixa seca, ano 1986, “sem nada hidráulico e sem um freio de confiança”, como ele mesmo costuma dizer.

Robson Dias trabalha no Departamento de Alimentação Escolar há quase 31 anos.
Foto: Mardilson Gomes

Somente este ano, com a troca da frota de caminhões de entrega de merenda, é que Robson, meio que a contragosto e a pedido dos colegas de profissão, abandonou o “azulão” e foi dirigir um caminhão mais novo. O “azulão”, aliás, está passando por uma manutenção.

No setor da merenda, Robson chegou como ajudante. Como já possuía carteira, o antigo motorista o deixava dirigir o caminhão e, com o tempo, passou a dirigir até mesmo para os municípios. Em seguida, o motorista saiu da SEE e foi convidado a dirigir oficialmente o caminhão azul. “Eu aceitei e parei de trabalhar nele agora porque estava precisando de manutenção”, diz.

“Eu até pensei que fosse fazer umas viagens nele ainda. Eu fiz muitas viagens nele, inclusive para o Icuriã (Assis Brasil), pois o azulão era para mim uma espécie de ferramenta de guerra, parte importante do meu trabalho”, faz questão de afirmar.

Saco de liga

Quem trabalha com Robson Dias o costumava ver com um saco de liga. Isso, segundo ele, era na verdade uma “caixa de ferramenta”. Quando o “azulão” quebrava em algum ramal ou local ermo, lá estava ele com a liga para fazer uma gambiarra para o caminhão voltar a funcionar.

Robson usava um saco de ligas para consertar o “azulão” dentro dos ramais.
Foto: Mardilson Gomes

“O pessoal me via com uma sacola de liga e perguntava ‘para que essa sacola’? Eu dizia que era uma sacola de ferramenta, porque, se uma mangueira qualquer estourasse, tinha sempre uma liga para amarrar e até emprestava para as pessoas”, afirma.

Até hoje, de acordo com ele, em pelo menos três lugares do caminhão azul há coisas amarradas com uma liga. “Estão amarrados lá. Era para ser uma coisa meio provisória, mas acabou se tornando permanente e está lá para quem quiser ver”, destaca Robson.

A mulher grávida

Entre as várias histórias passadas nos 23 anos em que Robson passou dirigindo o “azulão”, ele lembra de um momento em que, após realizar a entrega da merenda escolar no Ramal Oriente (Transacreana), deu carona para uma mulher grávida que acabou dando a luz em cima do caminhão.

Centenas são as histórias que Robson tem para contar nos 23 anos em que dirigiu o “azulão”. Foto: Mardilson Gomes

“Eram aproximadamente 19h, eu ainda estava dentro da mata e estava tentando chegar na escola Alto Alegre II (Ramal do Jarinal). Ainda estava há uns 15 km de lá e, quando percebi, a mulher já estava ganhando o bebê. Na escola, o pessoal chamou uma parteira para fazer os primeiros procedimentos e eu a trouxe para a maternidade em Rio Branco”, conta Robson.

Essa história, segundo ele, aconteceu há aproximadamente oito anos e a criança, atualmente, mora nas proximidades da Escola Manoel da Cunha Neto. “Eu nunca pensei passar por um momento desse. Foi Deus que nos guiou, mas a criança está lá, é só procurar”, destaca.

Não era amor

Robson Dias garante que o que sentia pelo caminhão azul não era amor. “Era um zelo, porque afinal de contas tratava-se da minha ferramenta de trabalho e eu tinha que zelar. Muitas vezes, eu estava lá, debaixo dele, amarrando alguma coisa com a liga, improvisando”, lembra.

Apesar disso, mesmo depois que os caminhões da nova frota chegaram, ele pensava que iria permanecer no “azulão”. “Achei que quando saísse da oficina ele iria vir para cá, mas não veio e ele está fazendo muita falta, porque esses novos caminhões não chegam onde ele chega”, diz.


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