O Acre tem 1.569 assistentes sociais registrados pelo Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-AC). Desses, 890 responderam a uma pesquisa do CRESS-AC sobre o perfil profissional no estado.
Os dados foram apresentados na noite de segunda-feira, 16, em ato de comemoração ao dia do profissional, realizado em Rio Branco.
A vice-governadora Nazareth Araújo assistiu à apresentação dos dados. “Os assistentes sociais são fundamentais para garantir a justiça social no país. Foram eles que nos ajudaram a mudar a vida de milhões de famílias, por meio de políticas públicas de inclusão social, distribuição de renda e habitação, por exemplo”, disse.
Entre os resultados da pesquisa, verificou-se que 45% dos profissionais entrevistados são contratados pelo governo do Estado, 51% são graduados, 48%, especialistas e apenas 1% tem mestrado. “Isso demonstra que temos uma necessidade de ofertar especializações aos nossos profissionais”, destacou Jovelina Campos, conselheira do CRESS-AC.
A pesquisa foi apresentada a estudantes do curso de Serviço Social da União Educacional do Norte (Uninorte), professores, conselheiros do CRESS-AC, assistentes sociais e profissionais que trabalham com a assistência social no estado.
“Essa pesquisa servirá de apoio para buscarmos melhorias trabalhistas aos assistentes sociais, que são de suma importância para a boa execução de políticas públicas”, disse a conselheira do CRESS-AC Vanda Souza.
Assistência Social
Militante das causas sociais desde os anos de 1980, a pedagoga e doutora em Educação Socorro Neri destacou o atual momento que o país enfrenta.
“Depois de muitos avanços na área da assistência social no país, vivemos agora a junção dos ministérios do Desenvolvimento Social e do Desenvolvimento Agrário. São duas importantes áreas para o país, mas que têm pouca afinidade. Isso poderá representar um retrocesso e um perigo à garantia dos direitos sociais da população”, destacou.
Socorro se referiu às últimas mudanças realizadas pelo presidente interino Michel Temer, que fundiu o Desenvolvimento Social ao Desenvolvimento Agrário em um único ministério.
A vice-governadora Nazareth Araújo destacou, ainda, que foi com o apoio dos assistentes sociais, com sua visão de justiça social, que o Brasil conseguiu ficar livre da fome.
“Andei pelo interior do Acre, nos anos de 1980, e vi crianças em estado absoluto de fome. A fome é um indicador de desenvolvimento para as Nações Unidas. E nós conseguimos ver a Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] declarar que Brasil era um país livre da fome. Foi a primeira geração de brasileiros livre da fome. Isso tudo só pôde ser possível com governos comprometidos com as causas sociais, com a redução das desigualdades sociais”, disse a vice-governadora.