“Inexplicável”. Foi assim que Francisco Alexandre Queiroz descreveu seu sentimento na tarde desta quinta-feira, 19, quando teve alta médica no Hospital das Clínicas de Rio Branco. No dia oito deste mês, ele entrava no centro cirúrgico para submeter-se ao transplante de fígado que poderia mudar a sua vida e, hoje, o paciente retorna para o seio da família, que o aguardava ansiosamente.
“A sensação que eu sinto hoje é algo que nem consigo explicar, saber que a vida me dá uma nova chance de ser uma pessoa sadia é uma felicidade muito grande”, frisou Francisco, o segundo paciente que teve o fígado transplantado no Acre.
Quem não continha a alegria era Cleuziane da Silva, esposa do paciente. De acordo com ela, a filha do casal estava lá fora esperando pelo pai. “Ele já aguardava há mais de três anos por esse transplante e provavelmente se tivesse demorado mais na fila de doação nem chegaria a ver a nossa filha crescendo. Hoje é um dia muito feliz, por vermos que deu tudo certo”, comemora.
Francisco, de 31 anos, sofria de cirrose hepática e esteve na fila de espera de transplantes em outros Estados por mais de três anos. A enfermeira Valéria Monteiro explica qual a importância da doação de órgãos em casos como esse, em que as pessoas têm além de um novo fígado, uma vida nova.
“Existe uma série de critérios para que o paciente entre na fila de transplante no próprio Estado e, depois de analisarmos o caso do Francisco, vimos que era possível ser solucionado aqui mesmo. Foi uma cirurgia tecnicamente difícil, mas a equipe é capacitada para qualquer tipo de intercorrência e graças a Deus ocorreu tudo bem”, afirmou.
Sobre a doação, continuou. “É algo que a gente não prevê, qualquer hora podemos receber uma ligação de algum lugar onde alguém tem um órgão compatível ao de um dos nossos pacientes, por isso, é tão fundamental a doação, é uma oportunidade que se tem de dar às pessoas, a chance de uma nova vida”.