Passados cinco dias da cirurgia a que foi submetido no último domingo, 30, para um transplante de fígado, o mecânico Raimundo Camilo, 66 anos, é só sorrisos. Após tratamento contra a hepatite C, doença contra a qual lutava desde 2010, ele recebeu um diagnóstico impactante. Existiam cinco nódulos em seu fígado e que estavam crescendo. Era necessário um transplante urgente.

“O médico me encaminhou para a lista de espera pelo transplante no fim de março deste ano e, para a minha sorte, o órgão era compatível com o meu. Recebi a ligação no sábado e nem acreditei que foi tão rápido”, conta.

A melhor parte de todo o processo para Raimundo é poder ter feito o transplante em sua cidade, sem necessidade de viajar. “Estou aqui com minha esposa como acompanhante, meus filhos vêm toda hora me visitar, coisa que não poderia acontecer caso eu tivesse que ter viajado para fazer a operação”, diz.

A esposa de Raimundo, Jamir Vasconcelos, 64 anos, lembra emocionada dos momentos ruins que passaram por conta da doença do marido. “Foi um caminho bem longo e doloroso até aqui, mas o importante é que agora passou e meu marido tem esperança de uma vida com qualidade a partir de agora.”

Raimundo Camilo é a vigésima segunda pessoa a passar por um transplante de fígado nos últimos dois anos, quando o procedimento foi implantado no estado. O órgão foi doado pela família de um homem de 43 anos vítima de um traumatismo craniano.

“Só posso agradecer o ato de amor dessa família, que me proporcionou uma nova chance de continuar vivendo. Sei que não vou viver para sempre, mas enquanto eu puder lutar pela minha vida, eu luto.”

Só em 2017, seis transplantes de fígado foram realizados. O Acre atingiu em abril a marca de 300 transplantes realizados desde a criação da Central de Transplantes, que funciona no Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco há 11 anos.