Em 2016, o Rio de Janeiro vai sediar a maior competição esportiva do mundo. De 5 a 21 de agosto, a cidade receberá milhares de atletas, de 206 países, nas Olimpíadas. O que quase ninguém sabe é que parte da alimentação dos 10.500 atletas, praticantes de 42 modalidades diferentes, poderá vir de Feijó, no Acre.
A organização dos jogos olímpicos descobriu no estado o trabalho de manejo do pirarucu, que é desenvolvido pela Organização Não Governamental WWF, em parceria com o governo do Acre.
O projeto de manejo da espécie é realizado em seis comunidades, atingindo 700 famílias ribeirinhas. Existe a possibilidade de ser fornecida à coordenação dos jogos olímpicos 1,5 tonelada de pirarucu para alimentação dos atletas.
Plano de fiscalização
Uma das exigências para que o peixe manejado de Feijó possa chegar até a mesa dos principais atletas do mundo é a certificação da pesca.
Esse processo de certificação já teve início e, até o mês de dezembro, é preciso cumprir algumas exigências, entre elas a criação de um plano de fiscalização.
Foi a criação desse plano o objetivo de uma reunião na manhã de segunda-feira, 21, envolvendo representantes da WWF, Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) e Pelotão Florestal.
A intenção com a construção do plano é garantir a fiscalização da pesca do pirarucu no Rio Envira, a fim de evitar a pesca ilegal e predatória.
Dirceu Madson, consultor da WWF, conta que a possibilidade de o pirarucu de Feijó fazer parte do cardápio dos atletas nas Olímpiadas do Rio começou em 2014, com a vinda ao Acre da coordenadora dos jogos na área sustentável.
“Os jogos olímpicos têm como padrão usar apenas produtos sustentáveis na alimentação dos atletas. No Brasil, o único manejo de pirarucu que está tentando ser certificado é o do Acre”, afirma.
Charles Santos, presidente da Colônia de Pescadores de Feijó, afirma que os pescadores que fazem parte do manejo do pirarucu estão eufóricos com a possibilidade de contribuir para a alimentação dos atletas olímpicos. “A gente fica imaginando assistir às competições em casa e poder dizer que eles estão comendo do nosso peixe”, destaca.
Glenilson Figueiredo garantiu que a Seaprof vai fazer todos os esforços para garantir a certificação. “É um grande desafio levar o pirarucu do Acre para os atletas de todo o mundo que estarão nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro”, comentou.