A piscicultura é uma atividade econômica fundamental para região amazônica. Na intenção de fortalecer essa cadeia produtiva, o governo do Estado apostou nos piscicultores acreanos, com investimentos que chegam a R$ 80 milhões, para a construção da Fábrica de Ração, Centro de Alevinagem e o Frigorífico, que integram o Complexo de Piscicultura do Acre, um dos mais modernos do país. Um projeto ousado, que com dois anos de implementação já é considerado referência na Amazônia e no Brasil.
Investir na piscicultura como uma das principais cadeias produtivas que geram renda para os produtores e aquecem a economia local, foi apostar no desenvolvimento do Acre. A criação de peixes é uma atividade que garante renda aos produtores, não degrada o meio ambiente e oferece um produto que compõe uma alimentação mais saudável.
Rentabilidade
A piscicultura praticada no Acre tem uma taxa interna de retorno de 50% a 100% do que foi investido. Por exemplo, para cada hectare de lâmina de água é gerado um retorno financeiro de R$ 10 a R$ 20 mil por ano para o produtor. Se comparada a pecuária, a criação de peixes é muito mais rentável, pois o produtor consegue uma renda anual de até R$ 20 mil por hectare de lâmina de água. Com o gado de corte o pecuarista tem um retorno de R$ 500 por hectare, ao ano.
Sustentabilidade
Segundo o coordenador do Programa de Desenvolvimento da Piscicultura, engenheiro de pesca, da Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Wallace Santos, a atividade é executada a partir do reaproveitamento das áreas abertas, ou seja, áreas que foram desmatadas ou áreas que não são apropriadas para a pecuária, no caso de regiões com solo “encharcado”.
“O programa torna produtiva áreas que foram destruídas. Fazemos uma baixa utilização do solo com alta influência econômica”, explica.
Além disso, essas áreas exigem menos investimentos por serem viáveis tecnicamente e proporcionam um retorno financeiro maior aos investidores.
O acúmulo de água é benéfico também para o microclima local (que garante condições atmosféricas diferentes da zona exterior). Com um açude ou tanque na propriedade o produtor pode também apostar em outras culturas como criação de pequenos animais, cultivo de hortaliças, plantio de arroz, tomate e espécies frutíferas.
Wallace conta ainda que até na captação da água a piscicultura beneficia o meio ambiente. “Quando nós abrimos um tanque, nós fazemos um tratamento com calcário que deixa a água mais neutra, pois quando captamos ela está ácida. Além disso, quando a gente faz a despesca essa água que vai voltar para natureza muito mais nutritiva”, diz.
Alimentação mais saudável
O peixe é a proteína animal mais saudável que existe, contendo as vitaminas A, D, E, K e complexo B, além do cobre e do ferro, substâncias fundamentais para o bom funcionamento do organismo.
Os pratos desenvolvidos a base de peixe oferecem também um sabor diferenciado e ajudam na digestão, têm também excelente balanceamento dos ácidos graxos poli-insaturados, o ômega 3 e 6. Esse tipo de gordura ajuda a reduzir os danos vasculares, evita a formação de coágulos e de depósitos de gordura, reduz o colesterol, regula a temperatura do corpo e a perda de água, auxiliando o bom funcionamento do sistema imunológico.