Nas primeiras horas desta terça-feira, 18, a Polícia Civil do Acre, por meio do Grupo de Enfrentamento aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Gecot), em ação conjunta com o Instituto de Defesa Animal e Florestal do Acre (Idaf), Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), Polícia Civil de Rondônia (PC/RO), Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron/RO), Polícia Civil de Goiás (PC/GO), Secretaria de Economia/GO, Agrodefesa/GO e Agência de Defesa Animal e Florestal do Amazonas (Idaf/AM), deflagrou a quarta fase da Operação Fake Bois, denominada Na Mexida do Boi.
Nesta fase da operação foi possível aprofundar o viés financeiro das investigações e identificar, inclusive, o crime de lavagem de dinheiro protagonizado pela organização criminosa que atuava nos estados do Acre, Rondônia, Amazonas e Goiás, com auxílio de servidores públicos que contribuíram para cometimento dos delitos investigados.
A operação policial que contou com mais de cinquenta policiais e sete delegados do Acre, Amazonas, Rondônia e Goiás deu cumprimento a sete mandados de busca e apreensão, cinco mandados de prisão, sequestro de três veículos, apreensão de 950 bovinos e ainda bloqueio em cinco contas bancárias no valor total de R$ 2.966.526,20.
Das 950 cabeças de gado apreendidas, 175 delas foram sequestradas no Amazonas, 657 no Acre e 118 em Goiás. De acordo com o diretor Administrativo Tributário da Secretaria da Fazenda Estadual, Clovis Monteiro Gomes, a sonegação fiscal gira em torno de seis milhões de reais, além do sequestro de três veículos que eram usados pelo grupo criminoso.
A operação exitosa teve seis meses de investigação o que possibilitou desmantelar um grupo criminoso que retirava rebanho bovino do estado sem o devido recolhimento de tributário que, por sua vez, seria reinvestido nas áreas de educação, saúde e na própria segurança pública.
Para o delegado-geral de Polícia Civil, Josemar Moreira Portes, a operação foi exitosa sobretudo na proteção do erário público.
“O Gecot foi criado ao final do ano passado pela Polícia Civil para o enfrentamento e responsabilização daqueles que atentam contra o erário público no tocante aos tributos e à legislação tributária. Estamos em franca atuação, encerramos mais uma ação exitosa e nesse contexto a Polícia Civil tende a ganhar maior envergadura no enfrentamento a esse tipo de criminalidade para assim proteger o erário público e a tributação estadual e municipal”, destacou o delegado-geral.
Para o delegado Pedro Resende, coordenador do Gecot, a ação terá desdobramentos. “Nós encerramos mais uma fase da operação Fake Bois e dentro dessa investigação teremos mais ações da Polícia Civil do Acre em parceria com os órgão de controle sanitário e fiscal dos demais estados”.
Durante o cumprimento dos mandados foi possível capturar três servidores públicos envolvidos em crimes de corrupção no Acre, um pessoa presa em Jataí/GO e um em Nova Mamoré/RO.
O nome da operação, que é um desdobramento da primeira fase da operação Fake Bois faz referência ao costume dos integrantes da organização se comunicar sempre com os dizeres “na mexida do boi” em referência à modalidade de atuação dos criminosos.