“Temos muito o que comemorar, mas temos mais ainda a conquistar.” As palavras de Dalvanir Apurinã revelam que a mulher indígena vem ganhando seu espaço na sociedade, mas sonha mais alto.
Proporcionar autonomia econômica às mulheres e fazer o resgate cultural para o fortalecimento da identidade dos povos indígenas é um compromisso do governo do Estado, por da Secretaria de Estado de Política para as Mulheres (SEPMulheres).
A Casa de Produção e Cultura da Mulher Indígena é a garantia da realização desse processo de fortalecimento cultural e fomento à economia das mulheres indígenas.
Financiadas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e coordenadas pela Diretoria de Inclusão Socioprodutiva da SEPMulheres, as cinco casas já construídas contemplam as aldeias Nova Esperança, Mutum e Amparo, no Rio Gregório, e as aldeias Caucho e 15 Praias, no Rio Muru, ambas em Tarauacá.
O espaço físico não é apenas para a confecção de artesanato. A troca de conhecimento cultural também é disseminada no local, como explica a secretária de Políticas para as Mulheres, Concita Maia.
“Reunidas no centro, as mulheres indígenas cultivam a sabedoria milenar dos povos, compartilham as vivências das parteiras, falam sobre o domínio do uso de plantas medicinais e realizam seus rituais. Isso é preservar e fortalecer a identidade de um povo”, afirma.
No espaço são oferecidos cursos de qualificação para o aperfeiçoamento do artesanato e corte e costura, solicitados pelas mulheres da comunidade e executados pelo governo do Estado, por meio da SEPMulheres.
Apurinã reconhece as políticas executadas até agora e sonha em ver a construção de Casas de Produção e Cultura da Mulher Indígena fora das comunidades indígenas. “Estamos lutando pela construção desses espaços na zona urbana de Cruzeiro do Sul e Rio Branco. Queremos mostrar nossa cultura para todos”, finalizou.