Clícia Maria Gomes, 32, acorda às 2 horas da manhã e caminha 1,5 km para chegar até a casa de farinha no assentamento Walter Acer. Lá ela escalda a massa da mandioca e assim trabalha produzindo a farinha até as 11 horas da manhã. Mãe de 9 filhos, mora com 4 deles e 2 netos. Feirante, trabalha na sua casa com o roçado, plantando banana, macaxeira e hortaliças.
“Vivo neste lugar há muitos anos e a renda e o sustento da minha casa saem do que eu produzo. São muitas as dificuldades, pelo acesso do ramal e início da pandemia. Pensávamos que não iríamos conseguir vender nossa produção, mas conseguimos ajuda e vencemos as dificuldades”, relatou a produtora rural de baixas emissões, Clícia Gomes.
Ela é apenas o exemplo da realidade cotidiana de 20 produtoras rurais de baixas emissões que buscam melhorias para as suas famílias, demonstrando a força da mulher e o amor à terra que gera o sustento de suas casas.
Com o intuito de conhecer de perto o trabalho dessas mulheres que fazem da produção de alimentos orgânicos o seu sustento, o governo do Estado, por meio do Gabinete da Primeira-Dama e da Secretaria de Estado de Assistência Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres (SEASDHM), estiveram nesta terça-feira, 4, no Projeto de Assentamento Walter Acer, localizado no município de Bujari.
A primeira-dama do Estado, Ana Paula Cameli, dialogou com as agricultoras e ouviu as necessidades dessas mulheres que, nesse momento de pandemia, conseguiram vender seus produtos agrícolas orgânicos por intermédio da plataforma Feira SISA+, mesmo diante de tantas dificuldades.
“É bom conhecer de perto o trabalho dessas mulheres aguerridas que muito me orgulham. Ver de perto seus produtos, o modo de fazer e ouvir delas as necessidades, que podemos ajudar a atender”, explicou a primeira-dama, Ana Paula Cameli.
O maior pedido apresentado à primeira-dama foi a atenção com os ramais da localidade e o sonho de uma agroindústria para a região. “São 530 famílias que precisam dessa atenção do governo. Agradecemos pela sensibilidade da primeira-dama de vir conhecer o assentamento e conversar com as mulheres produtoras rurais e ouvi-las em suas necessidades”, disse Geovana Castelo Branco, representante das mulheres produtoras.
As produtoras apresentaram a casa de farinha e suas plantações de hortaliças, banana, macaxeira e demais produtos agrícolas.
Na ocasião, para celebrar a comercialização dos produtos produzidos pelas agricultoras, foi oferecido por elas, com o apoio da Diretoria de Políticas para as Mulheres da SEASDHM, um café regional.
Para José Gondim, presidente da Companhia de Desenvolvimento e Serviços Ambientais do Acre (CDSA), esse momento aproxima a comunidade do Walter Acer ao Gabinete da Primeira-Dama e todas as secretarias e instituições parceiras, que ajudam essas mulheres a fazer de sua produção o seu próprio negócio.
“Todos nós estamos juntos para criarmos políticas públicas de proteção e autonomia dessas mulheres. Podemos hoje avaliar a Feira SISA+ e ver os bons resultados que elas obtiveram”, ressaltou.
A secretária de Estado, Ana Paula Lima, salientou o avanço do Governo do Estado em dar essa importância as mulheres produtoras nas ações de capacitação e no acesso as ferramentas tecnológicas. “Esse é um projeto que mostra as boas implementações das políticas públicas no fortalecimento para as mulheres rurais e fico feliz de poder fazer parte desta ação”, explicitou.
Para a diretora de Políticas Públicas da SEASDHM, Isnailda Gondim, esse é um momento de celebração. “Foi um momento de comemorar a vitória dessas mulheres que superaram os desafios que o isolamento social impôs. Dia de agradecer todos os apoiadores pela a inovação que foi o método de venda de seus produtos por meio do sistema delivery, via WhatsApp, que evoluiu para plataforma digital”, disse.