Os investimentos do governo do Estado em atividades na zona rural têm um objetivo primordial: a formação de uma classe média rural. Os componentes dessa classe média começam a aparecer e um bom exemplo é o produtor rural José Barbosa de Oliveira, conhecido por ‘Marquinhos’, morador na AC-407, rodovia que liga Cruzeiro do Sul a Mâncio Lima.
Há sete anos, Marquinhos comprou uma propriedade de 75 hectares e começou a trabalhar. O ‘Sítio Colonial’, como é chamada a propriedade, tem sete hectares totalmente cultivados com fruteiras, hortaliças e legumes, e, no mesmo espaço, cria porcos, galinhas e peixes, sendo um dos maiores abastecedores dos mercados de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima.
Sua última conquista foi o plantio de coco com as mudas que o governo do Estado buscou da Paraíba – no total foram distribuídas 80 mil mudas entre 530 produtores. E mais, além do coco o governo aplicou calcário e, para muitos dos beneficiados, ainda deu o adubo, material de irrigação e ajudou muitos deles a plantar.
Marquinhos recebeu mil mudas em junho de 2011. Deu azar no ano passado porque o fogo invadiu a plantação matando quase metade das mudas plantadas. Ele chegou a pensar em desistir do coco, mas decidiu recuperar e se deu bem. Os 530 pés de coco que restaram estão muito bem cuidados e o que é melhor: neste ano os coqueiros soltarão os primeiros cachos. O agricultor acredita que até o final de 2015, o coqueiral estará em plena produção. E as mudas queimadas estão sendo substituídas por outras – replantou cerca de 400 novos pés de coco.
Para Marquinhos, o coco representa uma aposentadoria, pois fica pelo menos 20 anos produzindo e garante que os produtores que bem cuidaram de suas plantações vão ter um lucro muito bom no futuro.
José Barbosa calcula que um pé produza cerca de 250 cocos por ano, que podem ser vendidos a R$ 1,00 a unidade em Cruzeiro do Sul ou a R$ 1,50 em Rio Branco. “O governo pensou muito bem, pena que nem todos cuidaram dos pés de coco. Eles vão se arrepender quando virem os outros tirando caminhões cheios de coco para vender”, comenta.
Números impressionam
A produção na propriedade de Marquinhos impressiona. Por ano são 30 toneladas de mamão, 10 toneladas de polpa de maracujá, 25 mil pés de alface, 40 toneladas de frango, 1.500 quilos de carne suína por mês e 150 dúzias de ovos por dia. Isto sem falar que ele cria peixes e cultiva pimentão, abacaxi, laranja, limão, abacate, tomate, pepino, couve-flor.
Para o produtor “a administração do Tião Viana mudou completamente a história da produção rural no Acre”. Segundo comentou, no Acre, tudo vinha de fora e isso está mudando. “Ainda tem algumas coisas engatinhando, como a produção de leite, mas o governo também já deu incentivo adquirindo tanques resfriadores. E o que falar do peixe? Acho que nem em Rondônia a produção tem um projeto tão bem elaborado”, explica.