Implantado em 2017 como projeto no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), o Projeto Acolhe SUS, do Ministério da Saúde (MS), qualifica as práticas de cuidados a partir das portas de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), com base na política nacional de humanização.
Nos dias 2 e 3 de dezembro (domingo e segunda-feira), as representantes do Acolhe SUS Acre, Antônia Gadelha e Tatiana Calixto, apesentam Brasília os resultados e a avaliação do projeto implantado no Huerb.
“A humanização veio para fortalecer o SUS. Ela tem que acontecer, tem como ser feita, então tudo isso conseguimos fazer ao longo desse tempo que estamos trabalhando com o projeto, conseguimos conscientizar as pessoas sobre a importância, e hoje o projeto está pronto”, explica Antônia Gadelha, gerente de Humanização da Sesacre.
Desde sua implantação, a equipe responsável pelo projeto no estado vem realizando avaliações, qualificação profissional e mudanças no ambiente, objetivando melhorar a forma de acolhimento dos pacientes.
“O que defendemos hoje é a escuta qualificada no processo de acolhimento e humanização da porta de entrada do Huerb. Optamos por trabalhar primeiro com a porta de entrada, pois víamos a insatisfação dos usuários que muitas vezes eram mal compreendidos. Com o Acolhe SUS, estamos trabalhando para fazer uma mudança no processo de acolhimento e classificação”, explica Quíria Silva, coordenadora de Fisioterapia do Huerb e membro da comissão do projeto.
Acolhe SUS
O projeto, que tem como foco a qualificação do acesso e das práticas de cuidado por meio da implantação e implementação das diretrizes e dispositivas da Política Nacional de Humanização (PNH), traz uma proposta de qualificação das práticas de gestão e de atenção, de forma a atender as necessidades do usuário dos serviços de saúde.
“A escuta qualificada é uma ferramenta importante, mas temos muito a avançar. Vimos que a fortaleza desse projeto é desenvolver ações que promovam menor tempo de espera, resolutividade, contra referência, diminuição na superlotação da unidade e o tempo de permanência”, explica a fisioterapeuta do Huerb.
O Acolhe SUS propõe também a participação ativa de gestores, trabalhadores e usuários para conduzir o processo de trabalho e planejamento, definido condutas, participando dos processos de decisão e de avaliação.
“O processo que estamos levando do Acolhe SUS na porta de entrada já se estendeu para as salas de observação, emergência clínica, traumática e pediátrica, já levamos a escuta qualificada dentro, mas temos muito a avançar”, explica Quíria Silva.
Huerb
Para a implantação do Acolhe SUS, o grupo de trabalho responsável pelo projeto realizou uma análise situacional da unidade, identificando os pontos críticos que necessitavam de mudanças. Após essa avaliação, a equipe iniciou a elaboração do plano de trabalho, traçando objetivos e atividades de melhorias. Ao fim desses estudos, iniciou-se a implementação dos planos de trabalho.
Para melhorar o atendimento nas portas de entrada do Huerb, foram feitas várias capacitações objetivando dar resolutividade do atendimento ao usuário do SUS, acompanhando desde o momento de entrada na unidade até o momento de saída do usuário.
“Acredito que esse projeto vem para somar em toda nossa linha de qualidade assistencial, seja médica, enfermagem, fisioterapia e assistência social. Ele é hoje uma realidade, desde a porta de entrada até a saída do paciente no Huerb. O objetivo é que o paciente sinta, de fato, que está sendo cuidado, e que a transferência do cuidado aconteça com responsabilidade para elevarmos nosso grau de qualidade, fazendo com o que o paciente consiga sair de lá o mais saudável possível”, destaca a diretora do Huerb, Michelle Melo.
Durante as capacitações são abordados temas sobre acolhimento, classificação de risco, fluxo de atendimento, e os protocolos da unidade.
Uma das mudanças destacadas pela equipe do projeto foi a sensibilização das equipes depois das capacitações.
“Vimos que eles estão mais envolvidos. Quando o usuário chega no acolhimento pede uma informação eles já sabem para onde direcionar aquele atendimento e explicam sobre o fluxo, melhorou bastante nessa compreensão sobre o papel do acolhimento e conseguimos sensibilizar os profissionais, explica Tatiana Calixto, enfermeira e coordenadora dos leitos de saúde mental do Huerb, e membro da comissão do projeto.