Na Educação, inovar é preciso. E seguindo uma determinação do governador Gladson Cameli em oferecer aos alunos um ensino de qualidade, a Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE), por meio da Diretoria de Inovação, estará implementando, a partir de março, o projeto Educação Empreendedora.
Trata-se de um projeto em robótica que será implementado, num primeiro momento, nas sete escolas de ensino integral em Rio Branco (Armando Nogueira, Jovem Boa União, Glória Perez, Humberto Soares, José Ribamar Batista, Instituto Lourenço Filho e Sebastião Pedrosa). Nessas escolas, será trabalhado o ensino empreendedor.
Dentro da proposta, serão ofertados quatro cursos para que, a partir deles, negócios possam ser gerados. Os cursos serão o Triplo X, o Youtuber, o MDO e o IA. O Triplo X é uma mistura de robótica, eletrônica e manutenção de computadores para que, a partir do aproveitamento de sucatas eletrônicas, possam ser fabricados vários objetos.
O Youtuber é um curso onde os alunos poderão se comunicar, gerar material de foto, vídeo e de imagem. Com isso, conteúdos didáticos poderão ser produzidos para serem utilizados em salas de aula e nas mais diversas disciplinas, como matemática, ciência e biologia.
No curso de MDO serão trabalhados modelagens e designers de objetos, possibilitando fazer as mais diversas artes, dando vida, inclusive, aos robôs que são serão produzidos pelos alunos que alunos do Triplo X. Já o IA é a Inteligência Artificial, a codificação, a programação das máquinas.
“Tudo isso será oferecido aos alunos da escola de tempo integral e será um projeto que será iniciado agora no mês de março e trabalharemos até o final do ano, e alguns desses trabalhos já devem ser apresentados nas edições do Viver Ciência deste ano”, afirma a diretora de Inovação, professora Raquele Nasserala.
Mas a SEE não estará sozinha. Diversos parceiros possibilitarão fazer da Educação Empreendedora uma realidade. Tem a Secretaria de Turismo e Empreendedorismo, a Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), a Rádio Aldeia, o Sebrae, a Fundação Elias Mansour (FEM), a Energisa, a empresa Junior Ativer (JA) e a Emater.
Hortas automatizadas
Com a Emater, será desenvolvido um dos projetos mais interessantes, as hortas automatizadas. O projeto de hortas comunitárias já está em execução a partir de uma parceria da SEE com a Emater, mas nas escolas de tempo integral, com a Educação Empreendedora, a tecnologia estará a serviço da produção.
De acordo com a professora Raquele, nessas hortas haverá um robô que irá direcionar as horas em que a plantação necessitará receber água. Elas serão automatizadas pelos alunos que estudarão robótica. “O aluno não vai mais fazer a horta de qualquer jeito. Ele vai ser orientado como é que se faz”, disse.
Algumas escolas já desenvolvem projetos de hortas, como é o caso da Sebastião Pedrosa. “Na Sebastião Pedrosa eles já desenvolvem o projeto da horta, só que sem a tecnologia, mas se a gente orientar os alunos, o projeto fica bem desenvolvido, faz com que eles aprimorem o trabalho, pois criatividade eles têm”, destacou.
Trabalho na Febrace
Na semana passada, a professora Raquele Nasserala participou em São Paulo, da 3ª edição do programa STEAM TechCamp Brasil, que reuniu 60 professores e gestores da Educação em todo o Brasil. Lá, ficou acertado que o Acre já iria apresentar trabalhos na 18ª edição da Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace).
Por isso, além da Viver Ciência, onde os trabalhos de robótica ganharão mais visibilidade, a meta é fazer com que os melhores trabalhos sejam apresentados na feira. “É a maior feira de ciência e tecnologia do Brasil, e temos a missão de criarmos algo aqui no Acre para que possamos apresentar. Então vamos selecionar os melhores projetos”, informou.
Empreendedorismo
A grande novidade do projeto que será desenvolvido pela SEE e parceiros é embutir, na produção tecnológica, o empreendedorismo. Nesse sentido, o Sebrae é um importante parceiro, pois será ele quem dará os cursos, permitindo que, além de produzir os objetos, eles também possam ser comercializados.
E para que isso possa lograr êxito, a SEE estará implantando nas escolas o ensino empreendedor, afim de gerar negócios. “Precisamos tornar os produtos a serem produzidos pelos alunos como algo que possa ser vendido, então a gente estará dando uma roupagem para que possa entrar como disciplina eletiva e depois se incorporar ao currículo do novo ensino médio”, explicou.
“Não estamos fazendo nada de novo, isso já está previsto dentro da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que a gente tem que cumprir. Então, a gente está somente colocando a roda para andar”, disse.