[vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”318879″ parallax_speed_bg=”1″ css=”.vc_custom_1515161291564{margin-top: -200px !important;}”][vc_column css=”.vc_custom_1506807682982{margin-top: -200px !important;}”][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1506730772981{background-color: #ffffff !important;}”][vc_column][vc_custom_heading text=”Quando a visão vai além do ato de enxergar com os olhos” font_container=”tag:h1|font_size:50|text_align:center|color:%230a0a0a” google_fonts=”font_family:Anton%3Aregular|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1506730785448{background-color: #ffffff !important;}”][vc_column][vc_column_text]Os irmãos Thiago e Thaís têm tudo o que muita gente queria possuir. Além do carisma, ele toca violão como Almir Sater, e ela empresta sua voz ao canto, como a Sandy. E ambos não têm nada de diferente dos demais jovens que não seja por um detalhe: não enxergam.
Um glaucoma congênito os fez ver a vida de uma maneira tão extraordinária quanto quem tem as córneas normais. A cegueira que para muitos seria motivo de debilidades, para eles “é só mais um desafio a ser superado”, como conta Thiago.
Hoje, Thiago com 26 anos e Thaís com 23 levam uma rotina normal. Trabalham em órgãos renomados, têm um círculo de amigos e uma vida social mais movimentada que muitos videntes.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”318864″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column css=”.vc_custom_1513990533631{background-color: #ffffff !important;}”][vc_column_text]
O Braille e a inclusão
Com uma cumplicidade ímpar, os irmãos contam que tudo isso foi possível porque receberam apoio desde cedo, tanto da família, quanto do Estado. E ainda crianças tiveram os primeiros contatos com o Braille, que é o Sistema de Leitura e Escrita para pessoas cegas, celebrado mundialmente no dia 4 de janeiro.
Todo o processo inicial ocorreu no Centro de Apoio aos Deficientes Visuais, que atualmente é o Centro de Apoio Pedagógico de Atendimento às Pessoas com Deficiência (CAP/AC).
“Tudo começou quando eu tinha seis anos de idade e minha mãe me trouxe aqui [CAP] para que eu começasse todo o meu processo de estimulação precoce, para então iniciar de fato a inserção ao Braille”, conta Thiago.
Segundo ele o primeiro contato com a escrita não foi boa, “porque furei meu dedo na reglete punção [instrumento da escrita Braille] e isso me traumatizou um pouco. Fiquei uma semana sem vir para a aula”. Mas depois de superar o susto ele retornou e hoje trabalha com revisor de texto em braille.
Já a irmã conta que foi mais difícil aprender o sistema de leitura e escrita. “Eu era muito pequena, quando tive aqui pela primeira vez. Então pra mim, foi mais difícil aprender, não sei por que, mas achei difícil”, relata, com um sorriso tímido.
Rapidamente o irmão explica: “Sinceramente, o braille não é difícil, mas requer dedicação e cada um tem seu tempo”. Mas depois que aprendemos facilita muito a vida.
Essa razão faz com que os irmãos defendam a manutenção do ensino tradicional em Braille, porque as tecnologias assistivas vieram para complementar e não substituir o método. “Dizer não ao sistema braile é dizer não à alfabetização”, afirma Thiago.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”318869″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column css=”.vc_custom_1513990533631{background-color: #ffffff !important;}”][vc_column_text]
A alfabetização no CAP
Com um alto-astral contagiante e um sentimento de gratidão nítido, os jovens contam que o apoio do CAP foi determinante para eles aprenderem a se comunicarem melhor com o mundo visual. “Eu sempre falo que aqui [CAP] é a minha segunda casa, foi onde aprendi a dar os primeiros passos para enfrentar o mundo lá fora”, conta.
“Essas salas me lembram o passado. Toda vez que venho aqui eu lembro das brincadeiras na brinquedoteca, das primeiras aulas de música que foi aqui e também das pessoas, né?! Do carinho e atenção das pessoas que trabalham aqui sempre tiveram conosco.”[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”319096″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column css=”.vc_custom_1513990533631{background-color: #ffffff !important;}”][vc_column_text]
O amor pela música
Nem mesmo eles sabiam que as primeiras notas musicais aprendidas ainda no ensino básico, despertariam tão grande amor pela música, que para os dois é algo inexplicável.
“Música pra mim é tudo! E ter contato logo cedo com essa arte me ajudou a despertar os meus outros sentidos e facilitou a minha interação social com as outras pessoas, inclusive fazer amigos com os quais nos reunimos até hoje”, conta Thaís.
Thiago diz que a música é uma forma dele expressar os sentimentos e refletir sobre os mundos que ele não consegue enxergar em forma e cores. Aliás, ele conta que tem “um sonho de um dia viver da música”.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”318867″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column css=”.vc_custom_1513990533631{background-color: #ffffff !important;}”][vc_column_text]
Autonomia financeira
No momento, os irmãos – que são filhos de uma dona de casa e um autônomo -, trabalham como servidores públicos e já conquistaram sua independência financeira antes mesmo dos 30 anos.
E mais do que isso, trabalham como servidores federais, sonho de grande parte dos brasileiros. Ela atua como auxiliar administrativa na Universidade Federal do Acre (Ufac) e ele, como revisor de texto em braille no Instituto Federal do Acre (Ifac).
O sucesso profissional é resultado em grande parte do empenho da mãe em se dedicar a alfabetização básica dos filhos nos primeiros anos de vida.
“O educacional reflete no social e é muito importante para o desenvolvimento de todas as pessoas deficientes. A participação dos pais no investimento educacional influenciou no sucesso deles”, destaca a coordenadora do CAP Gercineide Maia.
Hoje, Thaís está terminando o curso de Psicologia e Thiago é pós-graduado em Administração. A acadêmica diz que escolheu o curso porque acredita que as pessoas precisam ter mais sensibilidade para com o outro. “Percebo que mesmo sem o conhecimento teórico, as pessoas são capazes de nos ajudar com um simples gesto de sensibilidade.”
Ao conversar e ouvi-los, não se percebe que ambos não enxergam o mundo de modo comum, como a maioria das pessoas enxergam. A cegueira, talvez, tenha sido uma forma da vida conduzir os irmãos a aguçar outros sentidos como a sensibilidade musical. E, assim como o renomado Stevie Wonder, a música é uma forma deles se conectarem com o mundo visual.
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