Foi-se o tempo em que humanização representava meramente apagar as velas de aniversário de um servidor. Hoje, a Humanização no setor público se preocupa, entre tantas coisas, com a qualidade de vida do trabalhador para que ele possa prestar o melhor atendimento ao cidadão.
E é exatamente isso que o Departamento de Humanização da Secretaria de Estado de Saude (Sesacre) começa a fazer. “Desde que assumimos a Gerência de Humanização estamos fazendo um trabalho voltado para a melhoria funcional dos servidores”, explica Francinete Barros, que está a frente desse processo de mudança de mentalidade dentro da Sesacre.
Além de visitar as unidades de saúde gerenciadas pelo Estado e falado da importância do trabalho da humanização, ela informa que no próximo dia 7 de março (quinta-feira), estará sendo realizado o lançamento do Plano Nacional de Humanização (PNH) no Estado do Acre, evento que acontecerá no auditório do Hospital de Urgência e Emergência (Huerb), a partir das 8h.
Do lançamento participará o governador Gladson Cameli, o secretário de Saúde Alysson Bestene, além dos profissionais envolvidos diretamente com a humanização. “Cuidar do servidor para que ele possa tratar o paciente é primordial para o nosso trabalho”, disse.
O Programa Nacional de Humanização (PNH) possui várias diretrizes que necessitam ser seguidas pelas unidades de saúde. Trata-se de uma política nacional, que também está na agenda do governador e que diz respeito, sobretudo ao acolhimento realizado pelos profissionais. “Eles tem que fazer esse acolhimento, precisam estar treinados e conhecer todos os protocolos para resolver a vida do paciente”, avisa o secretário.
Ouvidoria
Além da questão do acolhimento, o Departamento de Humanização também irá trabalhar a questão das ouvidorias, importantes para que as unidades possam funcionar de forma plena. Uma ouvidoria central será instalada dentro da própria Sesacre.
De acordo com Francinete Barros, a ideia inicial é trabalhar a conscientização em torno da humanização na capital nos primeiros meses, mas depois fazer com que toda uma metodologia de trabalho possa chegar às unidades do interior.
“Nesses primeiros seis meses vamos estar trabalhando na capital (Pronto Socorro, Maternidade, UPAs e Fundação Hospitalar), mas depois vamos seguir para o interior, atendendo as unidades mistas e emergenciais do Juruá, como Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Feijó”, explicou.
Acolhidos
Uma preocupação do Departamento de Humanização da Sesacre é com o próprio servidor. Alguns, cita Francinete, tem mais de trinta anos de serviços prestados e, ao invés de acolher, são eles que precisam, em um primeiro momento, também serem acolhidos.
“Nosso servidor, em muitos casos, está cansado e até então era desvalorizado, são profissionais que precisam da nossa atenção e do nosso carinho e o PNH, é bom que se diga, oferece essa possibilidade da gente cuidar daquele que vai ser o cuidador nas unidades de saúde”, lembra.
Cotidiano
Outra ação importante é sobre a questão da ambiência. No Huerb, o projeto estará atrelado às portarias e a execução das ações voltadas para o atendimento das demandas garantirá a captação de recursos junto ao Ministério da Saúde voltadas à Humanização.
E como um ponto importante é o cotidiano, Francinete Barros destaca que “é em cima do nosso cotidiano aqui que a gente vai estar implementando as ações para melhorar o atendimento, principalmente o que envolve a gestão compartilhada e, por isso, todos os gestores precisam ter a ciência do que é essa política nacional de humanização”.
Núcleo do servidor
Na medida em que o diálogo com os gestores acontece, as ideias para melhorar o atendimento e o acolhimento vão surgindo. Na Maternidade Bárbara Heliodora, em uma reunião com o gerente-geral, o médico Vagner Bacelar, há uma que é criar o núcleo do servidor.
“Todas essas ferramentas são dentro da política nacional de Humanização e ele já está com o planejamento para ser executado dentro da Maternidade, criando esse núcleo que dará toda a atenção ao servidor que está de plantão, inclusive com acompanhamento médico, reduzindo a incidência de doenças ocupacionais”, afirmou.
Classificação de Risco
Como o objetivo da Humanização é a qualidade de vida do trabalhador a fim de melhorar o atendimento, a classificação de risco é outro ponto a ser trabalhado pela Humanização.
E essa classificação, explica Francinete Barros, será feita por uma equipe de assistência composta por médicos e enfermeiros. “Os integrantes dessa equipe precisam estar cientes do papel deles dentro da classificação de risco. Tudo isso vai ser trabalhado dentro das capacitações que o PNH oferece”, afirma.