“Sejam bem-vindos a uma jornada rumo ao conhecimento”. Anuncia um letreiro na entrada do Centro da Juventude do bairro Montanhês, onde cerca de 80 alunos, entre 40 e 75 anos de idade, estão sendo alfabetizados por meio do programa de erradicação do analfabetismo, o Quero Ler.
Na noite de sexta-feira, 12, o governador Tião Viana, acompanhado pelo historiador Marcos Afonso e a coordenadora do Quero Ler, Augusta Rosas, visitaram a turma de alunos que conta com até seis educadores responsáveis por alfabetizá-los.
Além de parabenizá-los pelo empenho e desejo de alcançar a liberdade do conhecimento, Tião Viana citou uma frase de um livro que está lendo: “Você nunca está velho para ter novos desafios, e nem velho demais para ter novos sonhos. Aqui vocês vivem isso quando usam este instrumento de liberdade que estamos oferecendo para vocês”, disse o governador.
A partir da próxima semana, o Quero Ler deve chegar às cidades de Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Feijó. Com mais de cinco mil alunos na capital, até o fim de 2016 a meta do governo é reunir 12 mil alfabetizados por meio do programa cujo investimento supera a ordem de R$ 26 milhões.
“Fico emocionado com esse programa. Vocês são vitoriosos porque é preciso muita coragem para aprender coisas novas. Vocês são exemplos para o Acre. Parabenizo esse programa por ser revolucionário. Seremos o primeiro estado do Brasil a dizer: no Acre hoje todo mundo sabe ler”, disse o professor Marcos Afonso.
Educadores e alunos
Entre educadores e alunos somam-se muitas histórias. Algumas cheias de desafios, força de vontade, outras cheias de sonhos e realizações. Seja de um ou de outro, o objetivo é claro: todos estão ali para aprender e ensinar.
“Na minha casa tenho 15 alunos. É muito bom trabalhar com esse programa e saber que eu estou contribuindo para a formação dessas pessoas que em geral é mais isso, é a realização de um sonho”, conta a professora Maria Aldeci, que cedeu um espaço em sua casa para as aulas e é responsável pela turma.
Já a dona de casa Esmeralda Cavalcante conta que nem lembra a idade que tem, mas de uma coisa tem certeza: quando aprender a ler muita coisa vai mudar em sua rotina. “Ah, às vezes fico pensando que teve um tempo que eu não tive essa oportunidade, mas agora que ela veio eu tenho é mais que aproveitar”, conta.
Para Maura Nunes, 42 anos, a chance só veio agora, e além da satisfação em realizar o sonho da leitura, fica a gratidão ao governo. “Aqui tem gente que nunca frequentou uma sala de aula e agora já escreve o nome, forma frases. É a transformação começando, né?”, diz a estudante.