O V Festival Internacional Pachamama – Cinema de Fronteiras começou na noite de domingo, 9, em evento realizado no Cine Teatro Recreio. Entre as atrações, estiveram presentes o grupo musical da Bolívia “Timpana” e o violoncelista francês Gaspar Claus.
Durante a cerimônia de abertura, o povo Ashaninka, liderado pelo índio Francisco Pyãco, foi homenageado pelo festival. A demarcação das terras indígenas foi um dos assuntos pautados por ele, que lembrou o caso de assassinatos na fronteira do Brasil com o Peru. Ele diz que a região agora recebe apoio dos dois países para que isso não se repita.
“Somos mais de 300 povos indígenas no Brasil, 200 línguas diferentes, e muitas de nossas comunidades estão na fronteira. O assassinato de uma liderança foi uma situação bastante difícil, pois a comunidade Saweto tem passado por uma dificuldade muito grande e precisa demarcar sua terra. Esse evento é um espaço de cultura e também para debater outras questões. A todos, nosso muito obrigado”, comenta Pyãco.
A abertura também foi marcada pela “Mostra Trifronteira”, tendo sido exibido o filme “Iskobakebo – Um Dificil Reencuentro”, que conta a história de Pibia Awin, um dos cinco anciões que foram arrancados de sua aldeia e agora vivem na bacia do Rio Calleria, no Peru.
O Festival Pachamama conta com a parceria do governo do estado, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), Secretaria de Estado de Comunicação, Fundação Aldeia de Comunicação e Secretaria de Estado de Turismo. A secretária Adjunta de Comunicação, Andréa Zílio, ressaltou a importância do estado como agente fomentador do evento. “O Festival Pachamama já gravou seu nome entre os principais festivais do mundo, principalmente quando se trata de integração. Temos a honra de colaborar com esse evento, que realmente faz uma grande troca de experiências das culturas dos países vizinhos”, comenta.
A presidente da FEM, Karla Martins, afirma que o Pachamama vai além do segmento específico do audiovisual: “O evento amplia fronteiras, abre espaço para debater discussões teóricas e reafirmar uma identidade cultural”.