Uma das principais consequências que a estiagem provoca no sistema de abastecimento é a dificuldade de captar água dos mananciais e reservatórios, devido à redução da lamina d’água dessas fontes.
Nesse sentido, o governo do Acre, por meio do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa), monitora e executa alterações na rede de captação de água de Rio Branco e demais cidades do interior do estado.
Os procedimentos e intervenções seguem as medidas descritas no plano de contingência apresentado pela autarquia na última semana, para atuação em situações emergenciais.
“Os níveis dos mananciais e o índice pluviométrico de cada região são repassados pelos órgãos ambientais às nossas equipes técnicas que atuam de forma preventiva a qualquer situação que interfira no funcionamento da rede de captação de água”, relata o superintendente do Depasa em Rio Branco, Miguel Félix.
O gestor informa que as duas Estações de Tratamento de Água (ETAs) da capital operam com o auxílio de seis bombas em balsa flutuantes, para a produção média conjunta de 1.500 litros por segundo.
“Mesmo com a baixa cota do Rio Acre, que gera dificuldades para captar água, o sistema opera de modo satisfatório. No entanto, neste período exige mais dos maquinários, que podem apresentar algumas falhas. Por isso, nossos agentes intensificam as manutenções e pedimos a colaboração da população para evitar o desperdício”, conclama Félix.
O monitoramento da rede de captação nas cidades do interior do estado é constante, principalmente em Acrelândia, Bujari, Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul e Jordão, onde obras estruturais nos reservatórios já estão sendo realizadas.
Já os de Brasileia, Porto Acre e da Vila do Incra exigem uma atuação específica, devido às graves consequências da estiagem do ano passado.
“Nestas regiões, existem localidades que não possuem a rede de abastecimento público, onde os poços que abastecem os moradores secaram devido às condições climáticas, fato que provocou a necessidade da utilização de carros-pipa, por meio de parceria com a Defesa Civil Nacional”, informa o diretor de abastecimento do Depasa, David Bussons.
Caso seja necessário, essa ação emergencial deve ser adotada novamente. O severo período de seca do ano passado está provocando de forma acentuada o rebaixamento do lençol freático.
“Os níveis dos poços estão baixando rapidamente, pois a quantidade de chuva não é suficiente para a recuperação lençol freático. O momento é de alerta”, enfatiza Bussons.