No período de estiagem, captar água para tratamento torna-se algo complexo, devido à redução dos níveis dos mananciais, além das adversidades provocadas no funcionamento dos equipamentos.
Como consequência desse momento de seca, o segundo pior cenário, de acordo com as entidades ambientais, nesta semana o reservatório da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Bujari apresentou uma redução drástica no seu volume de distribuição.
“A profundidade do reservatório é superior a cinco metros, mas atualmente o ponto mais profundo está em torno de 1 metro, depois de uma queda brusca na lâmina de água do açude, onde captamos e distribuímos água para as mais de 1.500 ligações residenciais ativas”, relata do diretor de abastecimento do Depasa, David Bussons.
O município, localizado a 22 quilômetros de Rio Branco, na BR-364, sentido Juruá, conta com 9.500 habitantes. Como forma de amenizar os impactos desse grave caso de seca, algumas ações emergenciais já estão sendo executadas.
“Iniciamos o bombeamento da água de um pequeno açude, que fica nas proximidades do reservatório, para seguir com o fluxo de captação e abastecimento. No entanto, essa medida é temporária e pode durar, no máximo, dez dias. Infelizmente, teremos de adotar medidas de racionamento”, informa Bussons.
O processo de distribuição de água na cidade terá uma intermitência de três dias, até a recuperação do manancial. “O quantitativo de chuvas na região está sendo insuficiente para a manutenção do manancial, fato que provocou essa redução repentina. O momento é de alerta. Esperamos que a estiagem termine e o volume de chuvas volte a recuperar o açude”, comenta o gestor.
Situação de Emergência
Bujari foi uma das regiões onde foi decretada situação de emergência por causa da estiagem. A publicação consta na edição do Diário Oficial do Estado do Acre (DOE) e foi decretada pelo governador Tião Viana no último dia 25 de agosto.
O documento atende recomendações da Defesa Civil Estadual, que leva em consideração a escassez de chuvas, registrada em sua maior parte nos meses de agosto, setembro e outubro. No entanto, a Defesa Civil Nacional ainda não reconheceu o decreto, fato que dificulta o enfrentamento da estiagem.
Agentes técnicos do Depasa intensificam a campanha “Nós Contra o Desperdício”, com ações educativas em prol do uso racional da água.