Para avaliar a cobertura vacinal no Acre e os aspectos epidemiológicos das doenças imunopreviníveis, a Divisão de Imunização e Rede de Frios da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) reuniu, ao longo da semana, coordenadores municipais de imunização, de vigilância epidemiológica, núcleos de educação em saúde e além de representantes da atenção básica.
“O objetivo do encontro é avaliar as coberturas vacinais, verificar as ações que contribuíram para o alcance das vacinas e troca de experiências entre os municípios, focando em estratégias diferenciadas para fortalecer as ações de vigilância em saúde e atenção básica”, explica a coordenadora da Divisão de Imunização e Rede de Frio do Acre, Dora Holanda.
Durante o encontro, realizado no auditório da Secretaria de Estado da Polícia Civil, foi feita a apresentação da situação de cobertura vacinal de rotinas e resultado das campanhas, apresentação dos instrumentos de monitoramento de avaliação das coberturas e avaliação das coberturas vacinais da saúde indígena.
Assim como o perfil epidemiológico no estado – tétano, pólio, perfil epidemiológico doenças exantemáticas, situação epidemiológica no Brasil e Estado, situação das hepatites no Acre, meningites e difteria, avaliação dos casos notificados e métodos de prevenção, rotavírus que causa diarreia agudas -, a interface da atenção primária com a imunização, soros, fluxo e dispensação, toxoplasmose, Plano Nacional de Imunização e a situação do sistema nos municípios.
Cobertura vacinal
No Acre, a cobertura vacinal até outubro de 2018 apresentava um percentual de 92% da BCG, rotavírus (76,4%), meningocócica conjugada C (68,32%), penta (61,92%), pneumocócica (83,87), poliomielite (71,58%), tríplice viral (81,26%) e febre amarela (61,68%).
Os municípios que ainda não alcançaram as metas de cobertura vacinal têm até o fim do ano para trabalhar novas estratégias de vacinação. Há cidades que tiveram baixa cobertura, é o caso de Bujari, que está com um dos percentuais mais baixos no estado, não tendo alcançado nem 50% da meta.
Dificuldades de cobertura
A cada ano, os estados brasileiros vêm enfrentando dificuldades para alcançar as metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde (MS), devido às campanhas antivacinas que se espalham pelo país. Como consequência, doenças já erradicadas há muitos anos voltam a afetar a população, como o surto do sarampo em alguns estados e também o risco do ressurgimento da poliomielite, que causa paralisia parcial ou total do indivíduo.
Outra preocupação é a rejeição das vacinas que previnem em longo prazo, como a do HPV, que previne contra infecções provocadas pelo vírus do papiloma humano, causador de verruga genital e de vários tipos de câncer, como o cervical uterino, mais conhecido como câncer de colo do útero.
No Acre, devido à supostas reações da vacina, houve uma redução significativa da procura nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Isso representa um possível aumento nos casos de câncer causado pelo papiloma vírus no futuro.