Esticam os bracinhos e se espreguiçam, balançam o pezinho. Bebês que “nasceram antes do tempo”, como dizem os mais antigos, bocejam e acabam se aconchegando na pequena rede que fica dentro da incubadora. A peça de tecido, que é uma das principais características da cultura brasileira, herdada dos indígenas, proporciona um tratamento humanizado ao bebê prematuro e tranquilidade à mãe.
Nas unidades de terapia intensiva (UTIs) neonatais, que é o lugar no qual os recém-nascidos prematuros ficam em tratamento para estabilização do quadro clínico, a utilização dessa peça estimula a autonomia e o desenvolvimento motor do bebê, ao mesmo tempo em que imita a posição na qual permanecem no útero, como conta a coordenadora de enfermagem da unidade neonatal do Hospital da Mulher e da Criança do Juruá, Eliana Farias.
“Na nossa prática dentro da UTI neonatal é nítida a melhora clínica do recém-nascido que faz uso dessa ferramenta. Além de ser uma cena linda, é gratificante proporcionar ao bebê um sossego e conforto”, relatou Eliana Farias.
A prática faz parte de uma política de humanização do Ministério da Saúde, e o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), assegura o desenvolvimento dessa técnica, que precede a aplicação do Método Canguru, que é o contato físico com a mãe, dentro das maternidades de todo o estado.
“Adotamos, conforme norma do Ministério da Saúde, o uso das redinhas e do Método Canguru, que se trata de um modelo de assistência que visa um conjunto de ações como o contato pele a pele e a autonomia do cuidado do recém-nascido”, explicou a coordenadora da unidade neonatal, Eliana Farias.
A filha da Simone Silva passou 39 dias em tratamento na UTI neonatal: “Tive o apoio das enfermeiras, dos médicos e quando ela pôde ter o contato comigo, fizemos o Método Canguru e é uma emoção que ninguém consegue explicar”, conta emocionada.
Os dias em tratamento na redinha, dentro da incubadora, recebendo os cuidados e carinho dos profissionais, os quais a filha da Maira Santos passou, fez com que a pequena ganhasse peso suficiente para proporcionar o contato físico com a sua genitora.
“Todos os métodos servem como um apoio para mãe e para o bebê. Eles me apresentaram uma técnica muito boa, pois quando a neném saiu da UTI neonatal e foi para o Método Canguru ela já estava com 1,232 kg”, comemorou Maira Santos.