A Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) alerta para o aumento de sífilis no estado e a prevenção da doença, que só em janeiro deste ano registrou 34 casos em gestantes do Acre. Transmitida por contato sexual ou de mãe para filho durante o parto, a sífilis é uma doença perigosa, que não tratada adequadamente, pode levar a morte.
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde (MS), divulgados pela Divisão Estadual de DSTs/AIDS e Hepatites Virais, em 2017 o Acre registrou 419 casos de sífilis em gestantes. No mesmo período, a sífilis congênita (transmitida de mãe para filho) teve um aumento considerável em relação ao ano anterior, (de 86 casos registrados em 2016 para 102 casos em 2017). Em 2018, já foram notificados 10 casos confirmados de sífilis congênita.
Já a sífilis em sua forma adquirida, contraída a partir de relações sexuais sem proteção, apresenta os dados mais preocupantes. Comparada aos últimos dois anos, houve aumento de 57% – de 574 casos registrados em 2016 saltando para 1007 em 2017. Em janeiro desse ano, quando os dados foram lançados no sistema, já haviam 130 casos registrados de sífilis adquirida no estado.
Para o coordenador da Divisão Estadual de DSTs/AIDS e Hepatites Virais da Sesacre, Nelson Guedes, as notificações, que passaram a ser obrigatórias nas unidades de saúde, também com reforço dos laboratórios particulares que começaram a informar os casos positivos de sífilis, gerou um crescimento maior de casos da doença.
“Sem registro de casos não há medicação, uma vez que o Ministério da Saúde agrega o tratamento da sífilis com as notificações. Com isso, por meio das nossas assessorias nos municípios passamos a orientar os técnicos de vigilância epidemiológica a notificação, e com isso vem aumentando significativamente os casos de sífilis congênita e na população em geral”, destaca.
Tipos da doença
Existem três tipos de sífilis: a adquirida (que é transmitida por relações sexuais), em gestantes (que adoecem depois de ter relações com uma pessoa infectada) e a congênita (transmitida de mãe para filho durante a gestação).
A doença infectocontagiosa é causada pela bactéria treponema pallidum e pode se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que o contágio é mais rápido. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura.
“A prevenção ainda é a melhor forma de se proteger contra sífilis e outras doenças sexualmente transmissíveis”, reforça Guedes, acrescentando que as gestantes devem ficar atentas e fazer o pré-natal corretamente, onde, por meio dos exames pode-se detectar a doença e iniciar o tratamento adequado, evitando problemas mais graves futuramente, inclusive para o bebê.
Teste Rápido disponível
Para população acreana, o teste rápido para sífilis está disponível em todas as Unidades Básica de Saúde. Após realizar o exame, o resultado é liberado em 15 minutos. Em gestantes, é realizado o teste VDRL no primeiro trimestre da gravidez ou na primeira consulta, e outro, no início do terceiro trimestre. O tratamento é feito com penicilina, e há cura quando realizado adequadamente.
Pré-Natal
Ao desconfiar de uma gestação, a mulher deve procurar um posto de saúde para iniciar o pré-natal, e caso confirmado a sífilis no exame, o tratamento deve começar o mais rápido possível. O parceiro sexual também deve ser tratado para evitar a reinfecção na companheira.
Sintomas
Lesões duras, mas nem sempre doloridas nos órgãos genitais são o primeiro sintoma da sífilis. Chamadas de cancros, elas geralmente aparecem nos genitais, mas podem ocorrer também na pele, na gengiva, na palma das mãos e na planta dos pés. Mesmo sem tratamento, essas lesões costumam desaparecer em alguns dias, mas a doença continua ativa no organismo e pode provocar outros sintomas: manchas avermelhadas na pele e nas mucosas (sífilis secundária) e alterações no sistema nervoso central (sífilis terciária).