Um dos principais mecanismos para fomentar no Acre a meliponicultura, criação de abelhas sem ferrão para a produção do mel, é a capacitação dos produtores rurais. A Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) está realizando um amplo levantamento da atual situação dos meliponicultores no Acre e quer ampliar as ofertas de habilitação. O processo visa garantir quantidade e qualidade na produção do mel.
O primeiro estágio da instrução é a captura da colmeia, após descobrir onde as abelhas construíram sua casa, sempre em árvores ocas. “É o começo de tudo, quando o produtor aprende a tirar a colmeia sem destruir os ninhos e aproveita o enxame para formar novas colmeias, que como chamamos as casas das abelhas”, explica Edna Costa, coordenadora da cadeia produtiva do mel na Seaprof.
O segundo passo é garantir que a colmeia seja retirada, mas que a vida da árvore não seja comprometida. E o último é retirar, com todo o cuidado, os discos da colmeia onde estão a abelha-rainha e os ovos que vão garantir o nascimento de novas abelhas.
Almir Souza, morador do quilômetro 11 da estrada AC-10, é criador de abelhas. Foi treinado e hoje já é multiplicador das boas práticas da meliponicultura para outros produtores rurais. “Crio abelhas na minha propriedade e já ajudo os outros produtores que não sabem fazer o serviço”, afirma.
Depois que a colmeia é retirada da árvore, é colocada em caixas apropriadas, distribuídas pelo governo do Estado. Mas, o trabalho não termina por aí. É preciso esperar que as abelhas que estão polinizando retornem para o local e entrem nas caixas. Apenas no período da noite é que as caixas são levadas para onde as abelhas serão criadas.
Dependendo do tamanho da colmeia é possível colocar em mais de uma caixa. A que ficou sem a abelha rainha, as demais abelhas vão escolher uma entre as mais jovens que vai ser tornar a nova rainha da colmeia.