Desde o início de 2010, aproximadamente 15 mil imigrantes – a maioria procedente do Haiti –, entraram no país pela cidade de Assis Brasil, na fronteira com o Peru. Na última semana, a coordenação estadual do abrigo montado em Brasileia, que tem capacidade para atender cerca de 300 pessoas, registrou a entrada de mais 1,2 mil haitianos.
Nos últimos dias, houve um aumento considerável no fluxo de chegada, que nos anos anteriores era de 500 a 800 estrangeiros. Um dos fatores preocupantes é que os representantes de empresas pararam de ir a Brasileia, porque já não contratam mais nesse período – a previsão é que voltem em fevereiro. E como não há oferta de emprego em outros estados, o abrigo têm recebido mais do que pode comportar.
Como medida paliativa, o secretário Nilson Mourão, titular da pasta de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), sugeriu o fechamento temporário da fronteira, até que o número de entrada diminua. “Essa é única saída digna que nós, enquanto poder público, temos para garantir o direito dessas pessoas, que já sofreram tanto. Ao entrar no Brasil, elas estão sob nossa responsabilidade. Porém, a situação do lugar onde elas são acolhidas é precária e não oferece as condições ideais”, disse.
Parceria – Desde setembro do ano passado, os ministérios de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), da Justiça (MJ) e a Secretaria Nacional de Direitos Humanos (SDH) assumiram a responsabilidade pela alimentação fornecida aos residentes do abrigo.
No Acre, a Sejudh e a Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) já mobilizaram equipes para realizar os primeiros atendimentos e fornecer apoio à estrutura logística montada em Brasileia. O governador do Acre viaja na noite desta quarta-feira, 15, a fim de cumprir uma agenda em Brasília. E baseado nas informações do secretário Nilson Mourão, Tião Viana revelou que irá buscar apoio junto ao MJ.