O governo do Estado, através da secretaria de Desenvolvimento da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens) e da Secretaria de Agropecuária (Seap), realizou nesta sexta feira, 16, o Seminário Estadual de Novas Tecnologias da Cultura do Café. O evento ocorreu no auditório da Federação das Indústrias do Acre (Fieac).
O seminário visa fomentar a produção com novas técnicas de cultivo do café clonal. Na ocasião, mais de 500 produtores familiares conheceram as novas tecnologias implantadas em diversos viveirissos, incluindo o de Rondônia, considerado o maior da região norte, levando em consideração que a cultura do café clonal é considerada simples e de alta rentabilidade.
Para garantir a larga escala de produção, o estado propõe alternativas que permitem a conservação da qualidade do produto final, incluindo a preparação de mudas em viveiros mais próximos das áreas de produção.
Sibá Machado, gestor da Sedens, considera que a troca de experiências favorece a cadeia agrícola do café no estado. “O governo tem incentivado essa cultura no Acre. Estamos com grande expectativa de que com esse fomento seja possível expandir a produção do café clonal para 1.500 hectares no estado. Essas novas tecnologias tendem a facilitar a produtividade”, destacou.
“Estamos trazendo o conhecimento e as inovações que utilizamos na cultura, em Nova Brasilândia do Oeste, em Rondônia, sobre como evitar e combater as pestes comuns nas folhagens e estratégias de clonagem, visando obter maior qualidade e quantidade de produção”, pontuou o viveirista Rudimar Tietz.
Mercado Promissor
De acordo com o Zoneamento Ecológico do Estado (ZEE), a agricultura familiar está entre as atividades de maior impacto econômico, social e ambiental no Acre. Para o gestor da Seap, José Carlos Reis, o apoio do governo tem sido fundamental para a geração de emprego e renda nesse setor. “Já temos resultados muito produtivos nesse setor. Muitos produtores já adquiram seus veículos, suas propriedades fruto desse trabalho iniciado pelo governo”, disse.
Visando atender a demanda de mercado, o estado investiu mais R$ 4 milhões nos últimos anos na produção, beneficiamento e comercialização do café para obter a máxima qualidade e quantidade e, assim, atender a demanda de mercado.
A técnica utilizada na plantação do produto é feita de forma clonal, com sistema de irrigação e não mais com utilização de sementes, levando em consideração a maior rentabilidade.
Com uma produção de 19 mil pés de café plantado em seis hectares, Cesalpino Faria pretende colher 180 sacas do produto ainda este ano, algo equivalente a mais de 10 toneladas do produto. “Sozinho é muito difícil conseguir um bom resultado. Uma coisa somos nós juntos, outra coisa sou eu sozinho e esse apoio tem me ajudado muito, por isso eu resolvi investir no café”, disse o produtor.
A proposta é investir na produção e também na comercialização do café. Para isso é necessário obter a máxima qualidade e quantidade em atender ao mercado. As indústrias de torrefação e moagem são as responsáveis pelo processamento da matéria-prima para colocar à disposição do consumidor o produto final.
“Para a indústria a proposta de produção é de grande valia, porque temos a matéria prima local. Estamos gerando emprego e renda, com o dinheiro circulando no estado a economia gira no próprio estado”, destacou o representante da indústria de café no estado, Adalberto Moretto.