Cerca de 20 profissionais do Pronto-Socorro e da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) participaram nesta quinta-feira, 9, de uma capacitação sobre doação de órgãos, em Rio Branco.
É o terceiro treinamento sobre o tema no estado, fruto de parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e o Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).
O treinamento inclui legislação e portarias referentes a doação de órgãos, etapas de segurança do processo, aspectos comportamentais em comunicação de más notícias, aspectos técnicos em manutenção do potencial doador e experiência da família, entre outros.
Enfermeiro pleno do Hospital Albert Einstein, José Maria do Nascimento Neto destaca que a proposta é do sistema nacional de transplante.
“Falamos sobre a capacitação do profissional que atua na emergência e urgência no contexto do cenário de doação de órgãos e tecidos para o transplante. Então o objetivo do curso é capacitar os profissionais para lidar com as questões da doação de órgãos e tecidos no contato com [familiares de] pacientes graves e pacientes com possível morte encefálica nas suas emergências e nas suas UTIs”, explica.
O Acre é o quarto estado que mais realiza transplantes de fígado no Brasil e único na Região Norte, tendo efetuado, somente neste ano, 15, e outros seis de córnea. No entanto, a recusa das famílias ainda representa um desafio para ampliar o serviço e salvar vidas.
“Para todas as pessoas, sempre temos que lembrar: mesmo que você seja um doador em vida, precisa manifestar esse desejo para a família, pra que ela concorde com a doação do órgão”, reforça Celiane Alves, coordenadora do Núcleo Central de Transplantes.
Ao todo, são 16 profissionais participando, dos quais nove médicos e seis enfermeiros, como Natan Bitencourt. “É muito delicado você lidar com a perda da família fragilizada e poder conciliar esse momento difícil com a busca de um possível doador de um órgão que vai ajudar uma outra família, que também está passando por um momento difícil. Então precisamos estar bem capacitados”, avalia.