“Humanização” é a palavra da vez. Nos serviços de saúde, mais do que nunca, em razão dos problemas sociais escancarados pela Covid-19, ela é obrigatória. Perceber a necessidade do paciente além da enfermidade é uma característica que os profissionais da saúde, principalmente os psicólogos, desenvolvem ao longo dos atendimentos.
Exemplo disso foi um momento musical ocorrido na manhã desta segunda-feira, 26, no Pronto-Socorro de Rio Branco, que levou alegria e aconchego a uma paciente indígena que está há vários dias no leito de enfermaria da unidade, recuperando-se de um aneurisma.
“Ela apresentou sintomas depressivos significativos, como rebaixamento do humor, choro excessivo, apatia e alteração no sono e isso estava interferindo na melhora clínica”, conta a psicóloga do PS, Katrine Silva.
Ao perceber o quadro, Katrine resolveu intervir e foi quando surgiu a ideia de promover um momento que demonstrasse carinho à paciente.
“Durante o atendimento com os familiares, foi observado que a paciente gostava de música e isso foi um meio encontrado para criar vínculo com ela e reduzir os sintomas. Comecei trabalhando a interação com a família, para servir como rede de apoio, e a música como recurso, para ajudar a paciente a se expressar”, explicou a psicóloga.
Katrine procurou contato com Renato Madeira, cantor que possui um projeto de levar música aos hospitais e participa de eventos religiosos. “Após a ação, ela está muito mais colaborativa, está respondendo verbalmente, com dificuldade, mas responde, e também houve a regularização do sono”, contou.