A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) recebeu nesta segunda-feira, 4, em Rio Branco, a visita da secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), Ethel Maciel, com o objetivo de avaliar o cenário da cheia, bem como a capacidade de resposta da Saúde do Estado.
Na última semana, o MS enviou kits de medicamentos e insumos médico-hospitalares para apoiar os municípios. A partir da visita pessoal da secretária e de sua equipe, a expectativa é de que a parceria se fortaleça ainda mais.
“Nós estamos junto à Secretaria de Saúde, os Cosems [conselhos de secretarias municipais de saúde], levantando a necessidade real, além da possibilidade de aporte de recursos pelo decreto de emergência. O que mais o Estado precisar, tanto em apoio de pessoal, apoio para que nós possamos construir planos de contingência, quanto também apoio da Força Nacional do SUS, entendendo que geralmente a resposta para a saúde é um pouco mais tardia do que a resposta, por exemplo, da Defesa Civil, que é no primeiro momento. Então a gente está junto aqui à equipe do secretário Pedro [Pascoal], para que possamos entender melhor as demandas do Estado e para que a gente possa atuar em conjunto, para proteger a saúde da população do Acre”, destacou.
O titular da Sesacre, Pedro Pascoal, reforça que a Saúde se prepara para o cenário pós-cheia, quando aumentam as doenças típicas do período e, portanto, o apoio do Ministério da Saúde é essencial.
“Estamos trabalhando agora para reestruturar a rede de vigilância sanitária no pós-cheia, por meio da recuperação das unidades de saúde, reestruturação dos nossos laboratórios de fronteira, nossos laboratórios centrais, aquisição de insumos que foram perdidos por conta da alagação. A ministra [da Saúde] Nísia Trindade encaminhou a secretária Ethel, para que ela fizesse um apanhado geral de informações que chegassem a todos os setores do Ministério da Saúde”, ponderou o secretário.
“Sabemos que a saúde é um ponto importantíssimo no pós-alagação. Agora, enquanto as águas continuam altas, não é o momento de aumento dos surtos diarreicos, dos surtos febris, etc., mas sim no segundo momento, quando as águas começam a baixar, quando a população começa a entrar em suas casas, fazer a limpeza; é nesse momento que as doenças começam a aparecer. Então esse é o momento de planejar as ações, para que no segundo momento, de execução, nós tenhamos aí toda uma estrutura já montada”, completou Pascoal.
Situação do Acre
Na manhã desta segunda-feira, o Rio Acre registrou a segunda maior enchente da história, ao alcançar a marca de 17,78 m. Das 22 cidades, 19 estão em estado de emergência, das quais 17 têm reconhecimento federal.
Cidades em situação de emergência ou estado de calamidade pública reconhecido pela Defesa Civil Nacional estão aptas a solicitar recursos do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, para atendimento à população afetada.
As ações envolvem socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura destruída ou danificada. A solicitação deve ser feita por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD).
Com base nas informações enviadas, a equipe técnica da Defesa Civil Nacional avalia as metas e os valores solicitados. Com a aprovação, é publicada portaria no Diário Oficial da União (DOU) com o valor a ser liberado.
Com base nos dados de ocorrências disponibilizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC), nas 13 cidades em que a situação está mais crítica, há 91 abrigos públicos, atendendo 9.516 pessoas desabrigadas. Ainda há 16.933 pessoas desalojadas, ou seja, que foram para casa de familiares ou amigos. Além disso, em Cruzeiro do Sul, 12 mil pessoas foram atingidas pela cheia do Rio Juruá.