Setembro foi escolhido pelo Ministério da Saúde (MS) como o mês da conscientização e divulgação da importância da doação de órgãos.
Pensando nisso, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), por meio da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO/Acre), realizou nesta quarta-feira, 23, um ato simbólico de apoio à causa.
O Palácio Rio Branco, na capital, foi iluminado com luzes verdes, fazendo alusão ao Setembro Verde, para representar a Campanha Nacional de Conscientização de Doação de Órgãos e Tecidos.
Para Silvania Pinto da Rocha, a iluminação em verde do palácio marca também um momento histórico de sua vida. “Há quatro anos, exatamente no dia 23 de setembro, recebi a ligação da médica informando que eu realizaria o meu transplante nas primeiras horas do dia 24, pois haviam encontrado um rim compatível. Isso, para nós que estamos na fila de espera, é uma alegria enorme”, contou Silvania.
O objetivo da campanha é conscientizar toda a sociedade sobre a importância da doação de órgãos e aumentar o número de doadores e, consequentemente, a quantidade de transplantes, em todo o país.
“Nesse período, intensificamos a realização de palestras em escolas e universidades, debates, cursos de capacitação em hospitais e panfletagem”, informou Regiane Ferrari, coordenadora da CNCDO/Acre.
Transplante e alguns números
O Brasil possui 30 mil pessoas na fila de espera por um órgão compatível. O país tem o segundo maior programa de transplantes do mundo, sendo que 95% das cirurgias de transplantes ocorrem em hospitais da rede pública do Sistema Único de Saúde (SUS), perdendo apenas para os Estados Unidos.
No Acre, já foram realizados 228 transplantes, sendo 148 de córnea, 72 de rim e oito de fígado, todos realizados no Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco, com uma equipe médica que envolve 30 profissionais da área da saúde. Atualmente, cerca de 50 pessoas aguardam pela doação de algum órgão compatível no Acre.
Doação de órgãos
Os órgãos que podem ser doados são rim, coração, pulmão, fígado e pâncreas, e os tecidos são córnea, pele e ossos, por exemplo.
Os órgãos doados pela família são transplantados nos primeiros pacientes que estão aguardando em lista única da CNCDO/Acre. Esse processo é controlado pelo Sistema Nacional de Transplantes e supervisionado pelo Ministério Público.
A doação somente pode ocorrer quando a pessoa for diagnosticada com morte encefálica do potencial doador. O diagnóstico de morte encefálica, ou morte cerebral, faz parte da legislação nacional e do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Dois médicos de diferentes áreas examinam o paciente e fazem o diagnóstico clínico de morte encefálica. Um exame gráfico, como ultrassom com doppler ou arteriografia, é realizado para comprovar que o encéfalo não funciona mais. A partir daí, a doação pode ser realizada.
“Mas isso somente é possível se a família permitir a doação. Por isso, pedimos a todos que informem seus familiares sobre a vontade de se tornar um doador de órgãos em tecidos”, finalizou Regiane.